Petrobras anuncia reajuste de
9,15% e 7,05% para o diesel e a gasolina nas refinarias, com a justificativa de
"demanda atípica" para o mês de novembro. Especialistas preveem novos
aumentos, em razão da cotação do petróleo e das incertezas na política
econômica.
De
acordo com o comunicado da estatal, o preço médio do litro do diesel passará de
R$ 3,06 para R$ 3,34, alta de 28 centavos por litro. Enquanto isso, o litro da
gasolina será reajustado em 21 centavos, passando de R$ 2,98 para R$ 3,19.
“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido
em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores
responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores,
importadores e outros produtores, além da Petrobras”, informou a estatal no
comunicado. “O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra
especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida
pela Petrobras para o mês de novembro de 2021”, acrescentou a Petrobras.
Conforme
informações da petrolífera, considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol
anidro e 73% de gasolina o reajuste na bomba poderá ser menor para o
consumidor. “O preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,33 por litro em
média. Uma variação de R$ 0,15 por litro”, destacou a nota informando que, no
caso do diesel, por conta da mistura de 12% do biodiesel, o preço nos postos
terá uma variação média de R$ 0,24.
Mas
analistas alertam que a Petrobras ainda deve continuar reajustando os
combustíveis, por conta da política de paridade com os preços internacionais. A
defasagem dos preços no mercado doméstico, segundo eles, continua abaixo dos
valores praticados no mercado externo. Pelos cálculos de Adriano Pires, diretor
do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), destacou que, com o aumento que
passa a vigorar a partir de hoje, a diferença dos preços do da gasolina em
relação ao praticado lá fora para a estatal está em 11% e, no caso do diesel,
em 13%. “Os reajustes devem continuar ocorrendo nos próximos meses, porque não
vejo o preço do petróleo cair e, muito menos, o dólar”, afirmou Pires. Ele,
inclusive, minimizou a queda de ontem da divisa norte-americana, que recuou
para R$ 5,55. “Foi muito baixa; o dólar vai continuar valorizado”, alertou.
Segundo ele, essa pressão no câmbio está relacionada com as incertezas internas
e com a aproximação das eleições no ano que vem. “O dólar sempre sobe quando há
eleição”, observou.
"Divulgação"