No atual ritmo, veremos um aumento de temperatura até o final deste século muito acima das metas do Acordo de Paris”, disse o chefe da agência
“No atual ritmo de
aumento das concentrações de gases de
efeito estufa, veremos um aumento de temperatura até o final deste
século muito acima das metas do Acordo de Paris de 1,5º C
a 2º C acima dos níveis pré-industriais”, disse Taalas. “Estamos muito fora do
caminho.”
A concentração de
dióxido de carbono (CO2) em 2020 foi de 149% acima do nível pré-industrial;
metano, 262%; e óxido nitroso, 123%. A base de comparação é o ano 1750, quando
as atividades humanas começaram a alterar o equilíbrio natural da Terra.
Embora a desaceleração
econômica impulsionada pela pandemia de Covid-19 tenha desencadeado um declínio
temporário em novas emissões, ela não teve nenhum impacto perceptível nos
níveis atmosféricos de gases de efeito estufa ou em suas taxas de crescimento.
À medida que as
emissões continuam, o mesmo ocorre com o aumento das temperaturas globais,
afirma o relatório. Além disso, dada a longa vida do CO2, o nível atual
de temperatura persistirá por décadas, mesmo se as emissões forem
rapidamente reduzidas a zero líquido.
De intenso calor e
chuvas ao aumento do
nível do mar e acidificação dos oceanos, o aumento das temperaturas
será acompanhado por mais extremos
climáticos, todos com impactos socioeconômicos de longo alcance.
Aproximadamente metade
do CO2 emitido
pelo homem atualmente permanece na atmosfera, e a outra metade é
absorvida pelos oceanos e ecossistemas terrestres. Ao mesmo tempo, a capacidade
dos ecossistemas terrestres e dos oceanos de absorver as emissões pode se
tornar um amortecedor menos eficaz contra os aumentos de temperatura no futuro.
Enquanto isso, muitos
países estão definindo metas de carbono neutro em meio à esperança de que a
COP26 verá um aumento dramático nos compromissos.
“Precisamos transformar
nosso compromisso em ações que impactem os gases que impulsionam as mudanças
climáticas. Precisamos revisitar nossos sistemas industriais, de energia e
transporte e todo o modo de vida ”, disse o Taalas. “As mudanças necessárias
são economicamente acessíveis e tecnicamente possíveis”, garantiu. “Não há
tempo a perder”.
Os gases
do efeito estufa
O CO2 é o gás de efeito estufa
mais importante e tem “grandes repercussões negativas para nossa vida diária e
bem-estar, para o estado de nosso planeta e para o futuro de nossos filhos e
netos”, argumentou o chefe da OMM.
Os sumidouros de carbono são
reguladores vitais da mudança climática porque removem um quarto do CO2 que os
humanos liberam na atmosfera.
Já o óxido nitroso é um poderoso
gás de efeito estufa e um químico destruidor da camada de ozônio, emitido na
atmosfera por fontes naturais e antropogênicas, incluindo oceanos, solos,
queima de biomassa, uso de fertilizantes e vários processos industriais.
Por sua vez, os múltiplos benefícios da redução do metano, que permanece na atmosfera por cerca de uma década, poderiam apoiar o Acordo de Paris e ajudar a alcançar muitos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), disse o relatório da OMM.