28/03/2015

Assalto no centro contabiliza o 21º deste ano

Capitão da Brigada Militar relata trabalho do policiamento ostensivo

Policiais Militares no Calçadão

Com audácia, um criminoso a pé assaltou um correspondente bancário, dentro de uma farmácia, localizada na rua Salgado Filho, por volta das 14h de ontem, em frente a um banco. O homem teria entrado no local e anunciado o assalto. A Brigada Militar foi acionada, mas não encontrou o suspeito.

Conforme os policiais militares, ele era alto, branco e estava com uma pistola em punho. O indivíduo levou cerca de R$ 4 mil e saiu caminhando em direção à avenida Sete de Setembro. A Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas investigará o caso.

Neste ano já foram contabilizados pela reportagem do jornal FOLHA do SUL, 21 roubos a pedestres, condutores, motociclistas e estabelecimentos comerciais, incluindo correspondentes bancários, farmácias, restaurantes e supermercados. Em 2014, durante todo o ano foram contabilizados 261 roubos, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Entretanto, alguns casos não chegam a ser registrados na Polícia Civil. Muitas vezes, os comerciantes adotam medidas de segurança por conta própria como, por exemplo, contratação de vigilantes particulares e empresas privadas.

Patrulhamento
O capitão Augusto Porto, comandante do Esquadrão da Brigada Militar de Bagé, relatou que o aumento significativo de determinados índices criminais é cíclico, e vem se agravando nos últimos anos, pois há abrandamento dos benefícios criminais legais. “A experiência demonstra que, por exemplo, no caso de homicídio, eles aumentam nos finais e início de ano - em virtude, respectivamente das festas de fim de ano, férias e carnaval. 

No caso de roubos e furtos, tudo isso está associado ao tráfico de drogas na atualidade.”, ressalta.

Para o comandante, a punição carece de efetividade. “Existem inúmeros benefícios que contribuem para o aumento da criminalidade, tais como progressão de regime, prisão domiciliar, medidas cautelares diversas da prisão, indultos, saídas temporárias, entre outros”, argumenta.
Porto ressalta que a Brigada Militar vem se tornando uma eterna “enxugadora de gelo”, pois, infelizmente, a máxima de que o Brasil é o país da impunidade, está se tornando cada vez mais uma certeza. “Aqui em Bagé já presenciei um caso, em que um indivíduo foi preso furtando duas vezes no mesmo dia, mas mesmo assim sequer ficou preso. De nada adianta, a Brigada Militar prender várias vezes o mesmo indivíduo em curto espaço de tempo, se flagrantes não são lavrados, se pedidos de prisões preventivas não são feitos ou atendidos, ou os processamentos não detêm a devida celeridade que o mundo moderno exige. Urge mudanças!”, elucida o capitão.

Comando reconhece falta de efetivo
“Em Bagé, especificamente, a Brigada Militar, hoje em dia, além de atender ocorrências de toda ordem, foca suas ações no centro da cidade e em bairros considerados problemáticos. E as viaturas não param”, garante Porto.

Conforme o capitão, o policiamento a pé não mais existe, devido ao déficit de efetivo. “Tivemos a diminuição de horas-extras, mas, principalmente, pela velocidade de locomoção que o policial precisa ter para perseguir, abordar e prender suspeitos, razão pela qual o mais indicado são os automóveis. Contudo, saliento que, caso houvesse mais efetivo, ele seria lançado a pé na área central, pois esse método realmente causa uma maior sensação de segurança”, acrescenta.

Porto argumenta que o comando está ciente dos locais que exigem a demanda da presença da BM como, por exemplo, o calçadão de Bagé, que nas últimas semanas vem recebendo uma atenção especial.

Ele ressalta que a comunidade deve tomar cuidado sempre com os detalhes, seja nos cuidados com a casa, seja nos preventivos básicos com os veículos, ou até circulando a pé na via pública. “Deve-se evitar sempre situações de risco como, por exemplo, andar com dinheiro em lugar mal frequentado. Sempre que houver uma situação estranha, onde haja indivíduos suspeitos, acione o fone 190 da Brigada Militar”, encerra o comandante.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br