26/09/2014

Sem medo da tabuada

Método criado no interior de Aceguá é apresentado em simpósio de Educação

Alunos dos 1º ao 3º anos aprendem juntos

Crédito: DIVULGAÇÃO
A tabuada não é mais motivo de pavor para as crianças das séries iniciais. Pelos menos para as da Escola Estadual Conquista do Jaguarão, localizada no interior de Aceguá. Isso porque três professoras se reuniram e criaram um novo método de ensinar a temida matemática. Aprender brincando foi a proposta. Essa iniciativa intitulada "Descobrindo a tabuada: contando rodas, animais, contextualizando a multiplicação e a divisão no meio rural" foi apresentada ontem, às 8h30min, no 10º Simpósio Sul-Rio-grandense de Professores de Ciências e Matemática, em Pelotas.
As atividades são coordenadas pelas professoras Fabiana Amaral, Fátima Fabiana Hellwig e Beatriz Priebe, que também é diretora do estabelecimento de ensino. Foi arrumando a sala de aula para receber as crianças, que surgiu a ideia, conta Beatriz: "Colocamos cavalos e as crianças gostaram, então resolvemos criar uma forma de que eles aprendessem se divertindo. E já tivemos resultados. Há crianças com seis anos sabendo multiplicar e dividir, enquanto alunos do 6º ano ainda não sabem", comenta.
Estas aulas divertidas são ministradas para os alunos dos 1º ao 3º anos juntos. Ao invés de matéria no quadro, é brincando que eles aprendem a fazer os cálculos. Animais, bonecos e carrinhos de brinquedo são os instrumentos, através dos quais eles conseguem descobrir as noções de dobro, triplo e as operações numéricas. "Eles são bem tranquilos em relação ao conteúdo e são apaixonados por matemática. Transformamos objetos que não são pedagógicos, como baralhos, e saímos daquela rotina de ficar somente entre as folhinhas e o livro", conta a professora Beatriz.
A forma de cobrar o conteúdo dos alunos também foi trabalhada de uma forma diferenciada. Conforme as educadoras, a cada exercício, a turma ficava mais confiante e em nenhum momento das atividades foi mencionada a palavra erro. "Apenas registrávamos que estávamos com hipóteses diferentes. Era permitida liberdade para a construção de registros sobre as histórias matemáticas. Alguns utilizavam desenhos, outros realizavam os cálculos mentalmente", destaca. Assim, segundo as professoras, as crianças não desenvolvem um trauma do conteúdo e também se sentem mais à vontade e seguras para aprender, pois os materiais utilizados fazem referência ao cotidiano das crianças, já que são todas moradoras da zona rural.
A atividade deu tão certo, que já ultrapassou fronteiras, e também está sendo aplicada na Escola Municipal Joaquim Gomes de Souza, em Hulha Negra. Ao todo, são 22 crianças que aprendem com o novo método. Esta é a primeira vez que as professoras participam do evento em Pelotas.

Fonte http://www.jornalminuano.com.br/