Na terça-feira, representantes de duas escolas, localizadas em áreas de
Reforma Agrária, em Hulha Negra, participaram de reunião da Comissão de
Educação da Assembleia Legislativa gaúcha. O objetivo foi levar aos
parlamentares a preocupação com medidas do governo do Estado que
comprometem as atividades da Escola Estadual de Ensino Fundamental Chico
Mendes, no Assentamento Santa Elmira, e da Escola Estadual de Ensino
Médio 15 de Junho, no Assentamento Conquista da Fronteira. Os representantes expuseram
preocupações quanto à orientação do governo do Estado para que os
professores atuem somente em suas áreas de formação especifica
disciplinar. No entanto, como alegam os representantes das escolas, no
campo, essa prática é inviabilizada pelo difícil acesso e distância
entre as instituições escolares, o que impossibilita ao profissional
estar lotado em mais de uma escola e ensinar mais de um componente
curricular. Outro problema divulgado no encontro é a ameaça de desligamento de
professores contratados temporariamente, uma vez que, segundo eles,
entrou em vigor, no início do ano, uma nova legislação estadual que
rompe esses contratos ao final de cada período letivo. Dessa forma,
torna-se obrigatório, anualmente, a contratação de professores de forma
emergencial. Os representantes das escolas Chico Mendes e 15 de Junho também estão
preocupados com informações que dariam conta de um avanço da
municipalização e da realidade imposta por meio da multiseriação nos
anos iniciais, que não está respeitando a legislação. Como consequência,
eles destacam que pode ocorrer superlotação das salas de aula e
comprometimento da qualidade do ensino e aprendizagem. Além disso, há
falta de monitores para estudantes com necessidades especiais.