24/09/2015

Bagé - Chuvas fortes: Agrovila é o bairro mais atingido

Desde segunda-feira, quando iniciaram as fortes chuvas na região, a população bageense sofre com as consequências causadas pelo clima. Conforme o Corpo de Bombeiros, ainda não há números exatos que possam dar uma dimensão das perdas desde a queda de granizo. Porém, o órgão revelou que, até ontem, receberam 10 solicitações de ajuda.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil orientam que os moradores atingidos busquem contato para proteger as casas destelhadas com lonas.

Bairros
Segundo o Corpo de Bombeiros, as ocorrências vêm de lugares variados. “Estamos atendendo residências com telhados danificados. Recebemos solicitações de ajuda da Agrovila, Castro Alves, Centro e Brum. Contamos com apoio da Defesa Civil do município”, comenta o soldado Souto.

De acordo com a diarista Mara Maria Santos da Silva, moradora do bairro Castro Alves, o telhado do seu quarto praticamente desabou na semana passada, quando ocorreu a queda de granizo. “Trocamos algumas telhas, mas não adiantou muita coisa. Pedi ajuda aos bombeiros e à Defesa Civil, me disseram que não têm muita quantidade de lona. Estamos vivendo esta situação. Começa a chover, seja a hora que for, seguimos tapando os móveis, roupeiros e colchões. Não tem uma peça que não esteja chovendo”, comenta.

A aposentada Vera Maria Alves, comenta que sua casa está toda molhada. “Não temos nem onde dormir direito. Tudo encharcado. Sem falar, que a rua fica intransitável. Pedimos providências dos órgãos competentes”, informa.

A pensionista Eronilde Santos, 63 anos, reside há 20 anos na Agrovila. “É a primeira vez que isso acontece. Estamos no meio da água. Desde a chuva de granizo, que furou todo o telhado, vivemos essa situação. Os bombeiros colocaram lona, mas, com o vento forte, rasgou. Tapamos nossos móveis para não perdermos mais itens”, enfatiza.

Eronilde comenta que o sentimento é de tristeza. “Não temos condições de repor as telhas quebradas. Esperamos que a prefeitura e todos que puderem, nos ajudem. Com o salário que recebo não tenho como arrumar os estragos e sustentar a família”, ressalta.

Tatiane Machado, 29 anos, comenta que chove dentro de toda a casa. “Tenho seis filhos, quatro moram comigo. Não faço ideia de como vou fazer para arrumar o telhado. Com o vento forte, fico encerrada com as crianças dentro de casa. Conseguimos colchões e cobertas na Defesa Civil, poís molhou tudo”, salienta.

Paula Cristiane Pacheco, também moradora da Agrovila, diz que sua casa está com o telhado todo furado. “Eu não trabalho, meu marido é pedreiro, com esse tempo não tem serviço. Então, não sei como vamos arrumar. Eu subi no telhado hoje (ontem), para tentar tapar alguns furos”, conta.

A doméstica, Eledi Gonçalves, 44 anos, afirma que está apavorada. “Um dos meus filhos, de 13 anos, está dividindo a cama com a água. Ela escorre pela lâmpada e estamos com medo que aconteça um curto-circuito. Meu outro filho trabalha durante a noite, agora está deitado, tapado com uma lona, para não se molhar muito”, explica.

Eledi comenta que seus filhos sofrem de bronquite. “Com tudo úmido, vai ser difícil eles não se atacarem. Passamos a noite em claro. Precisamos de mais lona. Estávamos construindo mais um peça, agora vai parar tudo, para recuperar o que foi estragado”, completa.

Defesa Civil
Segundo o assessor da Defesa Civil, sargento Jaques, a repartição estava preparada para atender a comunidade. “Estamos monitorando os sites de meteorologia. Há previsão de mais chuva, então, vamos ficar atentos. Recebemos dois mil metros de lonas, e, em parceria com os bombeiros, atendemos as solicitações de ajuda. Até hoje (ontem) recebemos 10 pedidos ”, finaliza.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br