O Conselho Municipal de Trânsito Urbano e Rural (Comtur) aprovou, na última sexta-feira, o indicativo de aumento da passagem de ônibus de R$ 2,50 para R$ 2,75. O valor foi sancionado pelo prefeito Luís Eduardo Dudu Colombo dos Santos e entrou em vigor ontem.
O repositor Diego Leal, 21 anos, diz que vai sofrer com o impacto no final do mês. “Se o aumento fosse para melhorar a qualidade do transporte coletivo, seria justificável, mas não. Os ônibus sempre atrasam e a estrutura é precária”, enfatiza.
O porteiro Deivid Roger, 26 anos, diz que utiliza o transporte em algumas ocasiões. “É muito caro,pelo tamanho da cidade, além da buraqueira que temos nas nossas ruas. O valor é injusto”, comenta.
Para a dona de casa Joana Ramos, 35 anos, com o aumento, a situação econômica da população dificulta ainda mais. "Estamos vivendo uma crise e eles ainda aumentam a passagem. Quem trabalha pode pagar, já quem não trabalha, não consegue pegar ônibus", relata.
A comerciante Daguimar Pereira, 28 anos, afirma que o aumento contradiz com o momento pelo qual o povo passa. "Quanto ao aumento da passagem, considero um abuso. Na realidade, quem sustenta as linhas de ônibus é o povo. Sem o povo, as empresas não vivem. Quanto ao prefeito, ele está se prevalecendo da população. Dentro do ônibus, andamos como sardinhas em lata. Inclusive, já vi motoristas passando o sinal vermelho, com o ônibus lotado de passageiros", frisa.
Conforme a dona de casa Lúcia Barbosa, 53 anos, as condições do transporte coletivo em Bagé são precárias. "Acho errado esse aumento, pois nosso salário não subiu, sem falar da pouca estrutura que temos nos nossos veículos", pondera.
De acordo com um cobrador de ônibus que não quis se identificar, a movimentação foi tranquila. "Em outros anos, os protestos foram piores. Até fogo colocaram nos ônibus", explana. Já um motorista diz que, nesse primeiro momento, o aumento da tarifa não influenciou no número de passageiros. Porém, grande parte dos comentários nas paradas eram destinados ao novo valor.
Ubes
Segundo o presidente da União Bageense de Estudantes Secundaristas (Ubes), Leonardo Rangel, o grupo recorrerá ao Ministério Público (MP). "Ainda estamos nos organizando. Já existe uma ação, portanto, vamos acrescentar mais alguns itens. Peguei dois ônibus hoje (ontem) e o movimento diminuiu bastante. Havia pessoas que não tinham conhecimento de que a passagem havia subido. Alguns chegaram a dar R$ 2,50 para o cobrador, que os avisou de que o valor a partir de então era R$ 2,75", manifesta.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br