A proposta de projeto de lei que busca proibir a abertura de mercados e hipermercados no domingo foi pauta de audiência pública na noite de sexta-feira. Mais de 50 trabalhadores participaram do debate. O presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul, Rogério Reis, destacou que é um direito do trabalhador usufruir do lazer e conviver com a família.
Ponderou que, ao fechar os domingos, os consumidores procurarão os mercados na sexta-feira e sábado. De acordo com ele, está comprovado que o fechamento não reduz o faturamento, pelo contrário, uma vez que o consumidor passa a gastar mais na sexta-feira, sábado e segunda-feira. Para o sindicalista, fechar aos domingos é uma questão social, pois é garantir aos pais estarem próximos dos filhos. "Os filhos dos comerciários não sabem o que é mesa, comem no sofá, sem reunião familiar. Pelo menos no domingo, saberão o que é isso", ponderou. "E a população não vai morrer de fome porque os mercados não abrem no domingo", destacou.
A presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Bagé, Mara Aveiro, comentou, ainda, que é uma questão de qualidade de vida. Ao saber que contará com uma folga no domingo, o trabalhador cumprirá sua jornada mais feliz. Ela também defendeu a importância da data para a família dos comerciários. "Quando trabalham no domingo, folgam em um dia de semana e não podem estar com os filhos, aproveitar", argumentou. Ela destacou a importância da audiência: "queremos conscientizar a população". Finalizou ao alegar que não é um serviço indispensável e que, por isso, não haveria motivo para abrir os estabelecimentos aos domingos.
Tal sensibilização também buscava atingir os vereadores, uma vez que a proposta será votada no dia 14 de setembro. O vice-presidente do sindicato, Júlio Boer Filho, destacou que o projeto é justo. Lembrou que várias cidades, como como Dom Pedrito, Alegrete, Santa Maria, Erechim, Vacaria e Lagoa Vermelha já contam com leis municipais que proíbem os supermercados e hipermercados de abrirem aos domingos.
Impasse
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bagé, Nerildo Lacerda, afirmou para a reportagem que, se aprovada, tal lei será derrubada no outro dia. Acontece que fora estabelecido que o comerciante pode decidir pelo horário de funcionamento de seu estabelecimento. Afirmou que o Sindigêneros (sindicato que representa as empresas varejistas de gêneros alimentícios) tem jurisprudência e será informado sobre a proposta - diante da aprovação, deve agir para impedir que a lei entre em vigor.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br