05/09/2014

Plantonistas da UPA desconsideram troca de escala e são impedidos de bater ponto



 


A equipe que presta serviços de enfermagem para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) foi impedida, no início da noite de quarta-feira, de acessar o ponto. O motivo, segundo o enfermeiro e integrante da comissão de negociação, Dagimar Bozza, foi a mudança nas escalas e o novo regime de horário.

Bozza conta que uma nova regulamentação mudou o regime de trabalho de todos, que agora têm que reorganizar suas rotinas. “Todos nós, quando começamos a trabalhar, fomos orientados ao regime de 12 horas de trabalho por 48 horas de descanso. Nós organizamos nossas vidas desse jeito e conseguimos outros empregos”, afirma. Com a mudança para 12 horas de trabalho por 36 de descanso, muitos dos trabalhadores terão que escolher entre os dois empregos. “Nunca houve reclamação sobre nossa prestação de serviço. Não é justo que nós enfrentemos uma mudança dessas sem poder recorrer”, acrescenta.

Para tentar reverter a situação, uma nova escala foi montada, cumprindo com a carga horária mensal, de 132 horas, e não com as 120 horas que eles estavam fazendo. “Nós colocamos um plantão a mais para cada um. Assim, todos ficaríamos em dia com o horário e não deveríamos nada, nem fazendo horas a mais”, comenta. De acordo com Bozza, a escala feita por eles nem foi considerada, sendo descartada.

A negociação para que o regime de horas 12/48 continue, vem acontecendo há dois meses. “Não queremos medir forças com ninguém, mas ontem fomos impedidos de entrar”, fala.

Câmara de Vereadores

Ontem pela manhã, Bozza foi até a Câmara de Vereadores para falar sobre o ocorrido e pedir o apoio da casa para conseguir uma reunião com o prefeito. “Eu quero poder discutir isso com o prefeito. Acredito que ele tenha sido mal assessorado para assinar essa regulamentação. Ele não iria querer mexer em um serviço que está funcionando”, observa.

Bozza garantiu que, se na noite de ontem fossem novamente impedidos de trabalhar, iriam registrar um boletim de ocorrência e ir para casa. “Nós não estamos em greve nem paralisados. Estamos em uma vigília. Queremos trabalhar”, argumenta.

Secretaria de Saúde

A secretária de Saúde, Aura Stella Centeno Pereira (Teia), conta que apenas cumpriu o que era necessário. Que o serviço de emergência se regulamentasse de acordo com o regime de horas estipulado pela Procuradoria do município. “A nova escala determinou o 12/36 e eu apenas cumpri ordens”, declara.

Fonte www.jornalfolhadosul.com.br