10/03/2014

O Museu da Gravura Brasileira e seu legado para a arte nacional

Passados 21 dias da morte de Glênio Bianchetti a arte brasileira ainda chora seu falecimento.
Sua obra imortal, entretanto, fica perpetuada em uma das mais importantes coleções, que reúne criações de Bianchetti e, também, de seus colegas do "Grupo de Bagé", o Museu da Gravura Brasileira (MGB), aqui na cidade, desponta como o mais representativo da obra dos quatro. O local foi inaugurado durante a realização do 2º Encontro Sul-Rio-Grandense de Museus, no dia 21 de outubro de 1977, apresentando uma mostra de gravuras dos integrantes do Grupo de Bagé.
O prédio do museu foi adaptado pelo serviço de Engenharia da FAT/Funba e os trabalhos de acabamento interno e exposição das coleções foram orientados pela conservadora de museus na época, professora Neusa Vaz Silveira.O Museu da Gravura Brasileira se constitui, internamente, numa das mais modernas salas para exposição de gravuras e tem exposto obras de destacados gravadores brasileiros. Mesmo que atualmente esteja com obras de reparos no prédio, as gravuras do grupo podem ser apreciadas pelo público, já que o acervo está no Museu Dom Diogo de Souza.
Numa promoção da Prefeitura de Bagé com a cooperação do Museu Dom Diogo de Souza, foi realizado, em janeiro de 1976, o Encontro Nacional de Artistas Plásticos, trazendo à cidade não só os integrantes do chamado "Grupo de Bagé": Glênio, Glauco, Danúbio e Scliar, mas também outros artistas. O evento teve no Museu Dom Diogo de Souza o cenário de seus principais momentos. No mês de janeiro foi realizada Exposição dos Quatro de Bagé, e, no encerramento, uma exposição de obras e estudos realizados durante a permanência dos artistas em fazendas do município.
Nas solenidades de abertura e de encerramento do encontro, Carlos Scliar lançou a ideia da criação do Museu da Gravura Brasileira, aproveitando a coleção já pertencente ao Museu Dom Diogo de Souza, e mais doações que seriam feitas por artistas brasileiros.

Em outubro de 2012, Bianchetti fez sua última visita ao MGB, acompanhado de sua esposa Ailema. Ali deixou sua assinatura na parede. Com seus 37 anos de existência o MGB já foi usado, também, como suporte artístico, quando alunos do curso de Arquitetura da Urcamp usaram suas paredes externas para um mural. A intervenção teve o objetivo de sensibilizar a comunidade em relação ao grupo e ao próprio MGB. Junto com o Museu Dom Diogo de Souza, que detém o segundo maior acervo histórico do Estado o MGB é financiado e administrado pela Fat/Urcamp, através das ações da comissão gestora de museus, cumprindo, desde sempre, sua função social, cultural e comunitária.