12/03/2014

Bagé - Municipários e trabalhadores da educação param a partir de hoje

Os municipários de Bagé estão paralisados a partir de hoje. Isso até segunda-feira, quando, em uma nova assembleia, deflagrarão greve. A categoria se reunirá hoje, às 8h, na Concha Acústica, na Praça de Esportes. O grupo percorrerá a Sete de Setembro em direção ao prédio da Prefeitura, na avenida General Osório. No local, eles realizarão uma faxina, como forma de protesto. Importante destacar que a assembleia da próxima segunda-feira, às 17h na Câmara de Vereadores, reunirá também os funcionários da Educação. Eles também definiram ontem no final da tarde que paralisarão até segunda-feira, quando entram em greve.
As categorias reivindicam, sobretudo, a alteração dos valores salariais por níveis. Foi aprovada na Câmara de Vereadores, em fevereiro, uma emenda com os valores apresentados por um grupo de servidores. Porém, a emenda é considerada inconstitucional, já que não foi o Executivo o proponente de tais montantes. Na proposta aprovada, o nível um passaria a receber R$ 737,29; o nível dois, R$ 877,72; o nível três, R$ 938,05; o nível quatro, R$ 1.158,60; e o nível cinco passaria a ganhar R$ 2.001,21. Ontem, durante a assembleia, o funcionário público Rubilar Rodrigues enfatizou que, de fato, a emenda é inconstitucional. O prefeito Dudu Colombo, inclusive, já vetou a emenda, que retornará à Câmara na próxima semana. “O veto será derrubado. Temos a maioria dentro da Casa do Povo”, afirmou.
Contudo, o município poderá ingressar com uma ação judicial: “mas voltará para o legislativo, que defenderá que o município também atua de forma inconstitucional ao pagar o que para cada um dos níveis”. “Vamos empurrar o executivo a escutar e ceder. É só dessa forma, não há outra maneira”, destacou, referindo-se a deflagração da greve. “Assim, vamos ver a vitória logo ali”, acrescentou, ao lembrar a importância de uma greve em ano eleitoral. “Isso é pelo que queremos: um salário com futuro”. Rodrigues explicou que a greve só não foi deflagrada ontem para ser considerada ilegal. Assim, um indicativo foi apresentado – um edital será publicado hoje chamando a categoria para a assembleia na próxima semana. Ele finalizou: “o funcionário público, hoje, é uma classe unida”.
O servidor Carim Saliba falou sobre o índice de reajuste salarial apresentado pelo executivo, aprovado na Câmara de Vereadores junto à emenda: “não significa nada”. “Precisávamos da aprovação da emenda. A emenda significa uma briga oficial”, acrescentou. Ele ponderou que a redefinição salarial por níveis é apenas o começo. “Precisamos do plano de carreira”, disse. A presidente do Sindicato dos Municipários de Bagé, Mariley Correa, falou sobre a união dos sindicalistas e do grupo de servidores que apresentou a proposta de emenda na Câmara. “Hoje, a nossa luta é uma só. Vamos caminhar juntos: dar às mãos e lutar”, destacou. “Que bom que eles (grupo de servidores) foram em frente e conseguiram uma votação”, considerou.
Mariley argumentou que os municipários, hoje, estão abaixo da miséria, e que o índice de reajuste salarial apresentado pelo governo, de 5,54%, não foi aprovado pela categoria. Ela lembra que os funcionários públicos querem um plano de carreira e exigem a assinatura de uma portaria de criação da comissão para continuar os estudos que tornará a reivindicação uma realidade. “Daqui para frente é para lutar: fizemos um pacto de paz. Vamos nos juntar (Simba e grupo de servidores) por um salário digno”, concluiu.
Fonte: Jornal Folha do Sul Gaúcho