23/03/2017

Presidente da Cesa confirma venda da unidade de Bagé

Com a intenção de vender as unidades da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), o governo do Estado justifica a medida como forma de enxugar a empresa, administrar seu passivo trabalhista e alienar filiais deficitárias.

Nesse processo, foi divulgado, há poucos dias, a venda de seis unidades no interior: Júlio de Castilhos, Santa Rosa, Nova Prata, Cruz Alta, Santa Bárbara e Passo Fundo. A unidade de Bagé, mesmo com o contrato feito na segunda-feira, entre a companhia e as empresas de armazenamento de grãos, Cerealista Coradini e Probaje Sementes, será vendida.

O presidente da Cesa, Carlos Kercher, confirmou essa posição, ontem, à Folha do Sul. Conforme o representante da Cesa, são feitos contratos de meio ano a um ano com a iniciativa privada, mas isso não impede que a unidade seja vendida; no caso de Bagé, no segundo lote, a ser divulgado ainda no segundo semestre. “Ainda não temos uma data para colocarmos à venda a unidade de Bagé. Mas acredito que será no segundo semestre. Nesses contratos de reserva de espaço, a empresa continua trabalhando e, mesmo assim, pode ocorrer a venda, sendo entregue aos compradores no término do contrato”, explica Kercher, que faz a ressalva que a unidade de Bagé tem poucos funcionários. “Há um funcionário do quadro e um safrista, pelo que eu sei. O safrista atua por tempo determinado, assim como os funcionários de contrato temporário. Já o funcionário do quadro ele será realocado, sem prejuízos para o trabalhador”, salienta.

Conforme a direção da Cesa, hoje existem cerca de 18 unidades ativas e cinco desativadas. Essas últimas foram incluídas no primeiro lote. Já no segundo, onde incli-se Bagé, estão as menos rentáveis. “A ideia é, em um segundo momento, após essas vendas, ficarmos com até 12 unidades consideradas rentáveis. São várias as opções para essas unidades, de privatização até formalização de parcerias com empresas privadas. O que estamos fazendo é um processo de enxugamento para a saúde financeira da companhia”, afirma o presidente. A medida foi tomada após um acordo firmado com o Sindicato dos Trabalhadores na Justiça do Trabalho. A atual diretoria pôs fim a uma ação contra o Estado na ordem de R$ 280 milhões, reduzindo-a para 40%, com pagamento em 72 parcelas. Nesse acordo, foi acertado que unidades seriam colocadas à venda para cobrir esse valor da dívida trabalhista. As unidades mantidas, conforme Kersher, estão localizadas próximas a áreas portuárias e polos de produção de grãos.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br