Há cinco anos, Veronika Soares se submeteu a uma cirurgia para troca de sexo. Uma experiência que, garante, foi ótima. "Mas poderia ter sido melhor", admite. Acontece que o preconceito existe em cada esquina. "As pessoas não aceitam. Olham com estranhamento, comentam. Algumas me dizem: 'mas Deus te fez de um jeito'. Porém, eu não me arrependo. Eu me sinto uma mulher", relata.
Mesmo diante do preconceito, Veronika percebe que se tornou um exemplo. "Algumas pessoas conversam comigo sobre isso e me parabenizam. Mas é raro", diz. Todavia é com orgulho que conta sua história: foi a primeira cidadã a conseguir autorização da Justiça para alterar o nome antes da mudança de sexo. Ela comenta que, antes da vitória judicial, apresentava a documentação e percebia ou olhares inquisidores ou desconfiados da veracidade das informações.
A auto-aceitação, a felicidade, veio após a cirurgia. Veronika lembra que sempre se sentiu uma mulher, mas que se via como uma apenas da cintura para cima. Para quem pensa em buscar os mesmos direitos, ela garante: "É ótimo, mas é preciso pensar porque não tem volta". A motivação sempre foi o sonho, o pensamento de que seria completa. Hoje, aos 34 anos, Veronika não busca aceitação, mas, no mês da mulher, defende: "As pessoas têm que ter mais amor no coração; aceitar as outras como são". Ela defende o respeito.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br