17/08/2015

Caçapava do Sul - Policiais “vestem os coletes” para proteger população em tempos de crise

A Polícia Civil e a Brigada Militar têm enfrentado dificuldades no município devido aos cortes nos repasses por conta do estado.

Para o delegado da Civil, Fabrício de Santis, a maior dificuldade é a falta de agentes. “Em relação a equipamentos, viaturas, armamento e computadores estamos bem. O problema é que hoje a Civil tem menos policiais do que tinha na década de 80. Isso porque a população dobrou de tamanho e as ocorrências quadriplicaram”.

Fabrício disse que desde quando assumiu, há quase um ano, chegaram cinco novos servidores, mas outros dois saíram, ficando com saldo positivo de três, o que permitiu a Civil regional mais capacidade de investigação.

“ Quando assumi eram mais de 2.000 inquéritos parados. Hoje tem menos de 500. Nossa produção está muito boa e por isso somos respeitados em Caçapava. Porque resolvemos os crimes”, disse o delegado.

Mas, em contrapartida, segundo Fabrício, com mas medidas tomadas pelo atual governo, de reduzir em 66% a gasolina destinada à Polícia; cortar gastos com toner de papel (que usamos para imprimir inquéritos e boletins); redução nas horas extras e parcelamento de salário têm afetado a atuação da polícia em todo o estado.

“Estamos numa curva de progressão, mas estamos trabalhando. Porém, enquanto nossos pagamentos forem parcelados, haverá paralisações nas atividades, como acordado em assembleia com civis de todo o estado. Várias ocorrências de roubos não foram remetidas ao judiciário. Ninguém no mundo trabalha de graça. Este é nosso recado. Não paga, não há trabalho!” disse o delegado.

Fabrício questionou também a falta de servidores para o Plantão Policial de Caçapava, que corre o risco de fechar, da dificuldade em prender os crimes de furtos e de abigeatos na cidade e das “manobras necessárias da Civil para estes tempos de crises”

“A gente veste a camisa e faz com que as coisas funcione. Quando fura, por exemplo, o pneu de uma viatura, eu mesmo mando consertar com dinheiro do bolso, pois se for esperar pela verba, ela demora para vir e a população fica sem assistência. Aqui, os policiais trabalham além de seus horários e o prédio, de 91, não está em boas condições. Gastei mais de R$ 300, por exemplo, para arrumar os banheiros, que estavam interditados”, completa o delegado.

Brigada faz rota a pé pela Cidade
“O Policiamento continua normal, mas em parte está sendo feito a pé, pois atualmente 90% da frota da Brigada Militar está parada devido a problemas de documentação e uma das viaturas também está com problemas mecânicos e deve ser arrumada até esta sexta-feira, dia 14, disse o tenente Salau, comandante do esquadrão da Brigada Militar de Caçapava.

Apesar das dificuldades, a orientação do Comando Geral da Brigada Militar é que sejam feitas as ocorrências mais graves, com o que se tem a disposição, já que “não existe previsão para que as viaturas paradas fiquem regularizadas”.

A Brigada Militar disse também que não teve alteração significativa nas últimas semanas em ocorrências e que não há nenhuma previsão de manifestação por parte dos policiais militares.

O tenente Salau avisa que os atendimentos de emergências policiais pelo 190 seguem normais. Registros de ocorrências também podem ser feitos no endereço: www.delegaciaonline.rs.gov.br/.

Fonte: http://www.gazetadecacapava.com.br