07/08/2015

Bagé - Réu é condenado a 14 anos por matar “Lacraia”

Mesmo negando o assassinato, o réu Carlos Alberto dos Santos Gonçalves, 24 anos, conhecido como “Cabeludo” foi condenado a 14 anos por matar Rodrigo Pires Franco, 30 anos, na noite de 13 de julho de 2013. Novamente o condenado apelou em liberdade.

Cinco testemunhas de acusação foram ouvidas neste julgamento. A primeira confirmou a tese de que o homicídio foi por motivo torpe, em que a vítima teria feito a promessa de um pagamento que não foi cumprido. 

Os demais depoimentos das outras testemunhas informaram que o réu, no momento do crime, teria admitido que havia matado a vítima.

Gonçalves foi condenado por homícídio triplamente qualificado, do art. 121 do Código Penal, parágrafo segundo, incisos I (motivo torpe), III (asfixia e meio cruel) e IV (recurso que dificultou a defesa da vítima), em regime inicial de reclusão fechado, mas recorreu novamente em liberdade, aguardando o recurso.

No julgamento ocorrido no dia 30 de outubro de 2014, ele foi condenado ao mesmo período de 14 anos de prisão; também manifestou o desejo de recorrer e aguardava o recurso em liberdade.

O réu, em juízo, manteve a negação de ter matado a vítima, assim como em todas as audiências. Disse que chegou a agredi-la; contudo, somente se defendeu das provocações. Ele ressaltou que “Lacraia” teria saído correndo e que não estava tão machucado no momento da agressão. Também enfatizou que não havia falado sério quando contou para as testemunhas que teria matado alguém.

Crime
Gonçalves teria matado “Lacraia” por asfixia e agressões, por motivo torpe de preconceito, homofobia. Na ocasião, o réu teria desferido inúmeros socos e pontapés, produzindo-diversos ferimentos e o matando.

De acordo com o laudo de necropsia, a morte se deu por traumatismo craniano, com hemorragia encefálica e asfixia.

Conforme o relato da Promotoria, o motivo do crime é que a vítima, que era homossexual, prometeu pagar a importância de R$ 20 para fazer sexo oral em “Cabeludo”. Após o ato, irritado porque “Lacraia” não lhe pagou (o que seria o motivo torpe) passou a agredi-lo com violência.

A vítima apresentava fraturas dentária, nasal e na mandíbula (que seria o meio cruel), vindo a cair. Com a vítima caída e dominada, sem condições de oferecer qualquer resistência (recurso que dificultou a defesa), o acusado teria, então, pisado em seu pescoço, asfixiando-a.

O julgamento aconteceu ontem, na sala do júri, Fórum da comarca de Bagé, terminando antes das 17h.

A família da vítima, que tinha comparecido no outro julgamento, em outubro do ano passado, inclusive com cartazes de manifestações pedindo Justiça, nesta ocasião não participou.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br