13/08/2015

Bagé - Manifestação impede votação da tarifa de ônibus pela segunda vez

Prevista para ocorrer ontem à tarde, na sala dos conselhos, localizado no prédio da Secretaria Municipal de Educação (Smed), a votação do aumento da tarifa de ônibus foi adiada novamente. A proposta, que tem como sugestão da empresa contratada pela prefeitura para a realização do estudo o valor de R$ 2,75, e das empresas Anversa e Stadtbus, R$ 2,80, não entrou em pauta devido à presença dos manifestantes de grupos estudantis. Uma nova data deverá ser definida hoje, pelos membros do Conselho Municipal de Trânsito Urbano e Rural (Comtur).

Às 15h, horário previsto para o início do encontro, o secretário de Transportes e Circulação (SMTC) e presidente do Comtur, Paulo Thomas, comunicou que o conselho aguardaria a procuradora jurídica do município, Liliane Pereira, para decidir se a reunião seria realizada. Enquanto isso, o grupo de manifestantes se concentrava em frente à porta de entrada da sala dos conselhos. “Estamos com uma lei municipal que fala sobre o Comtur. O artigo 3, inciso 2, prevê que as reuniões do conselho sejam públicas, portanto, devemos participar. Contestamos o conselho também pelo fato de ele ser consultivo em vez de deliberativo.A lei diz que o DCE da Unipampa teria cadeira no grupo, mas ele ainda não existe. Portanto, queremos uma reformulação no conselho e que haja uma representatividade do campus em si da Unipampa”, afirma o estudante Bruno Meneses, 23 anos, do grupo Roletaço.

Meneses critica também o valor da tarifa do transporte coletivo. “Queremos que o transporte seja público de verdade, pois todos têm o direito de ir e vir. Mas sabemos que isso é uma ideia de longo prazo, por isso, temos o embasamento de um estudo feito pelo Ministério Público, em 2013, que indicava que o valor cobrado fosse R$ 2,10. Claro, na época o valor era R$ 2,40, mas isso comprova que o valor cobrado na cidade é inadequado pela qualidade dos ônibus”, entende.

Portas fechadas
Aproximadamente meia hora depois, Thomas abriu a porta da sala e confirmou que a votação seria com portas fechadas. Contestado sobre isso, o presidente do Comtur afirmou que apenas a “divulgação era pública”. Indignados, os estudantes soltavam o coro com gritos “conselho comprado” e “O Dudu, eu quero ver, o passe livre acontecer”. Após o comunicado, os manifestantes invadiram a sala e se concentraram lá.

Para prosseguir a reunião a portas fechadas - de acordo com decisão anterior -, Thomas solicitou um reforço da Brigada Militar (BM) para retirar os estudantes do local. “Decidimos por maioria simples, numa votação de nove a cinco favoráveis pela votação com portas fechadas. Aguardamos, agora, a presença da segurança”, explana.

Cancelamento
Após 15 minutos, Thomas decidiu adiar novamente a votação. Uma nova data e horário deve ser decidido hoje. “Suspendemos em função da falta de condições para votar a tarifa, pela presença dos estudantes. Hoje, no final da manhã, teremos uma posição”, comenta.

Segundo o presidente da União Bageense dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e integrante do Comtur, Leonardo Rangel, o conselho busca manter sigilo. “Hoje, fui avisado duas horas antes que teria a reunião. Teve membro que foi notificado por mensagem. A Ubes continua com a proposta de redução para R$ 2,25”, manifesta.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br