09/06/2015

Santana do Livramento - “Nunca reagir”, diz professor que sobreviveu ao assalto com arma de fogo



Quem convive como professor Antônio Zenoir Dávila, conhece o estilo carismático e brincalhão do professor que dirige a Escola Professor Chaves.

Mesmo após o susto sofrido na noite do último domingo (07), quando foi agredido durante um assalto ao posto de combustíveis, que resultou em um operador de caixa do posto baleado com 6 tiros. O professor se recupera em casa e manteve o bom humor ao receber a equipe de Reportagem com boa disposição.

Ainda com a cabeça enfaixada devido à coronhada que recebeu na cabeça, o professor Antônio nos contou que a madrugada foi longa: “Não consegui dormir direito, aos poucos ia me dando conta do que aconteceu... não desejo para ninguém o que aconteceu comigo”, conta. Ele lembra que no momento do assalto viu a chegada da moto, mas jamais imaginou que se tratava de bandidos armados. Dentro da loja de conveniência, após anunciado o assalto, o professor disse que procurou manter a calma: “Não esbocei reação e evitei movimentos bruscos”. Após o primeiro e segundo tiro que ouvi fui ao chão. Senti que ele, o caixa da loja, havia sido atingido.

Com muita serenidade na voz, o professor lamenta pela brutalidade do crime: “o rapaz levou a pior... houve luta corporal... e o ser humano nunca vai ser mais rápido que uma arma”, pondera Zenoir. Desde que saiu do hospital, o professor tem recebido o apoio dos amigos e vizinhos e é grato a Deus por estar com vida: “Deus me livrou!... agora temos que pedir pela vida do Luiz Gustavo, o rapaz alvejado, para Deus reestabelecer a saúde dele”, diz Dávila. 

Um detalhe novo revelado pelo professor é que a reação de Luiz Gustavo pode ter sido para proteger uma das frentistas que estava em uma sala ao lado: “Talvez no ímpeto de proteger a menina é que ele tenha reagido”.

O professor voltou a falar da noite mal dormida que passou preocupado com a própria saúde e também a do rapaz: “Estou bem e amanhã estarei melhor”, diz como quem encara o futuro com fé na vida.

Sobre o sistema de segurança pública o professor entende que não há um culpado: “A polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Dependemos de um conjunto de forças para mudar esse quadro de violência, é preciso construir regras claras de prevenção, o que existe é pouco para uma faixa de fronteira muito grande”, avalia Antônio.

Por fim, o professor que completou 50 anos de idade em janeiro, disse que agora tem uma nova data de nascimento: 07 de junho. Zenoir ainda brincou que sete é o seu número de sorte e finalizou a entrevista com um alerta para a comunidade sobre casos como esse: “Repito, nunca reagir”.

Professor Antônio, alerta:

Nunca reagir!

Fonte: http://www.aplateia.com.br