O Seminário Regional Atração de Investimentos e Oportunidades de Negócios com a China ocorreu durante todo o dia de ontem no salão nobre da prefeitura. O consultor Vladimir Mílton da Rocha Pomar apresentou o país para os bageenses, assim como os motivos para estabelecer relações com os asiáticos. Para ingressar naquele mercado, para ele, é preciso conhecer suas potencialidades, tal qual história e postura. Em uma das palestras - Vender na China -, o profissional comentou o crescimento anual de 7,5% sobre um Produto Interno Bruto de 12 trilhões de dólares.
Ponderou questões estruturais que considera como exemplos para o Brasil. Um das situações apresentadas é o fato de que, quando há investimento em regiões centrais, busca-se que os moradores passem a residir nos bairros - mas isso significa melhores condições de vida, já que há estrutura nesses locais. Outro exemplo é o ritmo chinês: após demolir um prédio, o novo empreendimento surge em, no máximo, seis meses. "Uma técnica em construção que temos que aprender", opinou.
A valorização da logística também está entre os destaques e foi determinante para o desenvolvimento chinês. A expansão ferroviária permitiu que a China se tornasse competitiva, capaz de garantir maior exportação. "Enquanto isso, no Rio Grande do Sul inauguram museus ferroviários. É preciso construir ferrovias", argumentou. Outra sugestão foi quanto a postura dos brasileiros diante dos chineses. Para ele, é preciso humildade, uma vez que se trata de um país "com uma bagagem respeitável". São 2,5 mil anos cientes de como deve ser a organização de um Estado.
Ele lembrou que esse é o século chinês. "Será que vamos precisar seguir explicando os motivos ou vamos investir em parcerias e nos esforçar em cooperar?", questiona. Destacou, por fim, que das 500 maiores empresas do mundos, 73 são chinesas. Do montante total, 30% são empresas asiáticas. O Brasil conta, apenas, com oito empresas nessa lista. Outro dado relevante é que as cinco maiores empresas chinesas estão instaladas no Brasil.
O prefeito Dudu Colombo destacou que a parceria com a China "faz parte de um processo de fortalecimento de identidade regional". Acontece que, por meio do Consórcio de Desenvolvimento do Pampa Gaúcho, Bagé trabalha de forma articulada entre os municípios da fronteira. "A partir deste evento, buscamos promover ainda mais o desenvolvimento da região”, comentou. "A ideia é contribuir para desenvolver as relações comerciais e institucionais entre os setores da economia dos dois países. Precisamos conhecer mais a potência que estamos lidando e este é o nosso objetivo”, justificou o consultor sobre a programação. Entre as oportunidades de negócios naquele país estão aquelas que envolvem, como produtos, a lã de ovelha, a carne bovina de qualidade, vinho, cachaça, suco de frutas, lácteos, cavalos, pedras semi preciosas e celulose.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br