28/05/2015

Bagé - Conferência da Criança e do Adolescente apresenta demandas para garantia de direitos

Necessidades foram relatadas em documento aprovado no fim do encontro

Durante todo o dia de ontem, no complexo cultural do Museu Dom Diogo de Souza, aqueles engajados em garantir os direitos das crianças e dos adolescentes se reuniram em uma conferência: o objetivo foi debater a gestão das políticas públicas. Foi a oitava edição da Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.Desse encontro, que mobilizou educadores, assistentes sociais, conselheiros e integrantes de entidades que atuam com os jovens (ou seja, todos aqueles que integram a rede de proteção), resultou um relatório de sugestões - necessidades apontadas, que devem ser apreciadas na conferência estadual, em agosto deste ano.

Debate
Os participantes foram divididos em cinco grupos, que debateram diferentes aspectos. Entre as demandas, foi apontada a necessidade de trabalhar, nas escolas, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Isso desde a Educação Infantil. Também a importância do trabalho em rede para combater a violência e o trabalho infantil. Apontou, ainda, a garantia de uma nutrição adequada às necessidades de cada jovem e a ampliação de programas sociais para despertar o interesse dos adolescentes quanto à futura profissão.

Os participantes destacaram a necessidade de políticas de educação integral - hoje há apenas programas. Essa foi a sugestão de um dos eixos. Noutro, os participantes pedem mais rigor nas leis, sobretudo aquelas que tratam de abusadores. Hoje, se não há provas físicas, os abusadores são inocentados. O grupo defende que a palavra da criança é a maior prova para fazer justiça. Outro destaque foi a sugestão de campanhas socioeducativas nas escolas, voltadas para o debate sobre violência, preconceitos e gravidez na adolescência, por exemplo. A presença dos pais, a integração entre família e escola também foi apontada como primordial.

Há preocupação com as redes sociais, porque abusadores recorrem a elas para chegar às vítimas. Pedem varas especializadas para tratar das questões da criança e do adolescente. Outra ideia é a criação de um grupo de prevenção da gravidez na adolescência. Por fim, nesse eixo, foi sugerido maior fiscalização de festas e bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.

Participação dos jovens 
O eixo três defendeu a participação dos jovens na sociedade. A sugestão foi a implantação de grêmios estudantis nas escolas - para que possam ter voz ativa. Ainda, o fortalecimento dos vínculos familiares e mais fóruns para debater a atuação de órgãos que cuidam dos direitos. Fóruns juvenis também são considerados espaços para participação ativa desses cidadãos. Por fim, o grupo argumentou sobre a presença de assistentes sociais nas escolas, para dialogar com a comunidade.

No eixo quatro, a integração entre os conselhos foi apontada como urgente, assim como a participação da sociedade nas decisões desses grupos. Argumentou-se a importância das crianças e adolescentes se tornarem protagonistas nas ações da rede de proteção. O último eixo apelou por mais profissionais especializados, tal qual o comprometimento dos gestores para o fortalecimento da rede. A valorização dos técnicos, por meio de capacitações e remuneração, foi apontada como urgente. Por fim, a criação de espaços de cultura, esporte e lazer nas comunidades e a segurança nos bairros para garantir o ir e vir dos jovens cidadãos. A aproximação do Conselho Municipal está entre as demandas do eixo - foi exposto que muitos jovens, que participaram da conferência, não sabiam o que era um evento como esse e quem era responsável pela garantia dos seus direitos.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br