Incêndio criminoso no CTG Sentinelas do Planalto não apagou o brilho da união oficial dos 27 casais heteros e 1 homo afetivo no salão do jurí
A solenidade de abertura do casamento coletivo foi marcada por muita expectativa e emoção, já na rua em frente ao Fórum, convidados puderam observar que havia um forte aparato de segurança - composto pelos pelotões da Polícia Montada -Hipo, de Operações Especiais e do Policiamento Ostensivo da Brigada Militar – POE. Segundo o Tenente Coronel Marcelo Gayer, 100 policiais foram convocados para trabalharem neste evento.
O casamento mais polêmico do ano, até o momento, aconteceu neste sábado (13), por volta das 16h15min, no salão do júri, no Fórum de Livramento, que esteve todo decorado com as cores verde, vermelho e amarelo da bandeira do Rio Grande do Sul e trouxe a bandeira arco-íris, do movimento LGBT, na mesa do juiz de paz, onde ocorreram as trocas das alianças entre os noivos.
Ao som de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, os patrões do CTG Sentinelas do Planalto, Gilbert Gisler e Deise Gisler entraram acompanhando a magistrada Carine Labres por volta das 16h15min, no salão do júri. E na sequência, foi dado início à marcha nupcial, quando os 28 casais entraram. E para surpresa dos convidados que estavam ansiosos para assistirem à cerimônia, por último, entrou o casal homoafetivo, Solange Ramires, 24 anos, e Sabriny Benites, 26 anos; a primeira vestida de noiva e a segunda, de smoking. As duas foram aplaudidas de pé por todos que estavam presentes no evento.
A cerimônia foi marcada por discursos fortes, tanto da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República quanto da juíza Carine Labres, organizadora do evento. A Ministra ressaltou em seu pronunciamento que qualquer forma de preconceito e intolerância precisa acabar e o amor precisa ser enaltecido. “Qualquer forma de amor vale a pena e não importa a maneira em que ele irá se manifestar. O amor vale a pena e sempre valerá. Vamos dizer não ao preconceito, não à discriminação e não à violência”, disse Salvatti. A mesa diretora dos trabalhos foi formada pelo desembargador José Aquino Flores de Camargo, presidente do TJ-RS (governador interino do Rio Grande do Sul, a partir do licenciamento de Tarso Genro, na segunda-feira, 15), pela ministra Ideli Salvatti, pela secretária da Justiça e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Juçara Dutra Vieira; prefeito Glauber Lima, a promotora Rosi Barreto e a juíza Carine Labres que presidiu a solenidade.
Momento mais esperado da cerimônia
O primeiro casal a dizer o sim para o juiz de paz foi justamente o último que entrou no salão do jurí, o casal homoafetivo Solange Rodrigues e Sabriny Benites. A seguir, todos os demais casais heteros oficializaram suas respectivas uniões e desabafaram. “O que importa, agora, é sermos felizes. E seremos” – sintetizou Sabriny.
Celebridades: Beijo gay oficializa união de Solange Rodrigues e Sabriny Benites
DANIEL BADRA/AP
Profissionais de mídia dos mais diversos veículos de comunicação acotovelavam-se na frente do local reservado à solenidade, a bancada central do Tribunal do Júri, por uma única imagem: o beijo de Sabriny e Solange. Ambas repetiram e também posaram para fotos com a bandeira do arco-íris, da LGBT.
Em que pese o foco do casamento coletivo ter sido centrado, sobretudo pela grande mídia, em Solange e Sabriny, o contexto criado – inspirado no tradicionalismo, com várias pessoas, inclusive a maioria dos noivos, trajando roupas típicas gaúchas – teve noivo a cavalo e noiva chegando de charrete; teve noivo de pilcha completa, inclusive com tirador. Entretanto, o foco não ofuscou todos os demais casais que se uniram perante o juiz de paz.
O tenor Getúlio Vares cantou o Hino Nacional Brasileiro, abrindo a solenidade e o Hino Riograndense, no encerramento do ato.
A WEB TV A Plateia e RCC FM transmitiram, na íntegra, desde às 15h, com a parceria da Nexus – Transportando dados e conectando pessoas – todos os detalhes do casamento coletivo. A reportagem de A Plateia esteve acompanhando minuto a minuto. Na Web TV, no portal www.aplateia.com.br foram mais de 15.000 pessoas assistindo o evento.
Investigação de incêndio criminoso no CTG Sentinelas do Planalto
Os delegados da Polícia Civil da cidade, Eduardo Finn e Giovanna Müller, que investigam o incêndio criminoso do CTG Sentinelas do Planalto, relataram: “As investigações continuam em torno do ato e contamos com a ajuda da sociedade para realizar as cabíveis denúncias para chegarmos até os culpados. Mas, até o momento não há suspeitos identificados”.
Fonte http://www.aplateia.com.br/