12/09/2014

Coordenador da 18ª região tradicionalista lamenta incêndio

CTG em Sant'Ana do Livramento

 Policiais durante perícia na tarde de ontem                                    Ao centro, juíza Carine Labres

 
Estrutura não foi danificada                                                      Visão aérea do préido da entidade

O Centro de Tradições Gaúchas Sentinela do Planalto, em Sant’Ana do Livramento, foi incendiado na madrugada de ontem. A entidade deve sediar um casamento coletivo: entre os casais que participam da cerimônia, está um formado por duas mulheres - Solange Ramires, 24 anos, e Sabriny Benites, 26 anos. Suspeita-se que o crime tenha sido motivado justamente porque o CTG deve ser palco do casamento homossexual. A patronagem da entidade já havia recebido ameaças. Caso a decisão de ser palco do casamento não fosse revogada, um incêndio seria iminente.
O fogo não danificou a estrutura, e a patronagem da entidade anunciou que o casamento deve acontecer amanhã. O caso ainda está sob investigação. Vale lembrar que não havia ninguém no local. O esforço, agora, é por realizar os reparos necessários na estrutura. O coordenador da 18ª região tradicionalista, Gilberto Silveira, falou sobre o ocorrido. Ele diz que, como tradicionalista e cidadão, repudia a ação criminosa e que o movimento não incentiva uma prática como essa, e que isso independe da motivação.
"Isso foi um ato criminoso", destacou, ao ponderar que o movimento não aceita que o tradicionalismo seja utilizado como desculpa para uma ação totalmente ilegal. "O que aconteceu nos entristece", diz. Sobre o casamento gay ele preferiu não se manifestar. Ponderou que o Movimento Tradicionalista Gaúcho já se manifestou sobre o caso e que, dessa forma, apenas fala sobre o que considera como lamentável, ou seja, o incêndio criminoso. O MTG havia anunciado que não considera um CTG o local adequado para a realização de um casamento.

Casamento coletivo
O casamento coletivo foi proposto pela diretora do Fórum de Sant’Ana do Livramento, juíza Carine Labres. A ideia era celebrar as uniões logo no início da Semana Farroupilha. A patronagem do CTG Sentinela do Planalto ofereceu o local e, quando o anúncio ocorreu, os integrantes passaram a receber ameaças anônimas por telefone exigindo o cancelamento da cerimônia. Isso em decorrência da confirmação da participação de casais homossexuais.

Fonte http://www.jornalfolhadosul.com.br/