24/09/2014

Conheça os candidatos à reitoria da Urcamp


Lia Quintana e Núbia Juliani


Ana Cristina Cabral e Eleonel Moura


A eleição para escolha de reitor e vice-reitor da Universidade da Região da Campanha está marcada para o dia 1º de outubro. Duas chapas concorrem ao pleito: a atual reitora Lia Quintana busca a reeleição. Sua vice é a professora Núbia Juliani. A oposição é formada pela professora Ana Cristina Senna Cabral, como candidata à reitora, e pelo professor Eleonel Cunha Moura como vice. É possível conferir a agenda dos candidatos, assim como informações sobre as chapas por meio do site eleicoes.urcamp.edu.br. Também está disponível a lista de eleitores: dividida entre professores, funcionários e estudantes.

Lia Quintana e Núbia Juliani

Lia Quintana argumenta que um dos destaques da sua campanha é a prestação de contas à comunidade acadêmica. Entre os itens está a extinção de cargos remunerados “sem prejuízo ao desenvolvimento das atividades” e a  negociação de dívidas, que teve como consequência o Programa de Estímulo, Reestruturação e Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies), além da revisão da dívida do Fundo de Garantia.
"O Proies possibilitou a negociação da dívida pelo produto, que é o ensino", informa.  Além disso, lembra que a conciliação, por meio de Justiça especializada, que culminou no pagamento, até o mês de agosto, de R$ 2 754 062,45 em ações trabalhistas. Isso ocorreu devido ao comprometimento de 8% da receita mensal. “Podem me perguntar: a instituição está bem? Não, mas está com as dívidas equacionadas. A recuperação ocorre em 15 anos; já se passaram três e quero permanecer por mais quatro anos para solidificar esses primeiros passos da recuperação da Urcamp”, argumentou.
Ela comenta, ainda, sobre o pagamento de parcelas dos salários em atraso dos anos de 2005 a 2012. Em relação ao ensino, pondera que houve ampliação na oferta de bolsas, seja pelo Programa Universidade para Todos ou pelo Proies, ainda pelo Financiamento Estudantil (Fies). Lia, agora, defende a ampliação do investimento em salas de aula, laboratórios e bibliotecas, assim como de recursos multimídias de apoio pedagógico. A atual reitora garante que o objetivo é, também, aperfeiçoar as políticas institucionais de gestão de pessoas. Defende a integração entre universidade e escola e quer criar condições para a oferta de novos cursos de especialização, considerando as demandas regionais. Objetiva, ainda, fomentar grupos e linhas de pesquisa para possibilitar programas de mestrado.
Outro projeto é a ampliação dos ambientes de apoio a empreendedorismo para o desenvolvimento regional. Um dos compromissos apresentados é a ampliação de bolsas institucionais e a manutenção do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica. A candidata quer revitalizar a Consultoria Júnior, o Núcleo de Práticas Jurídicas e o atendimento à saúde, sobretudo por meio do Hospital Universitário. Especificamente sobre professores e técnicos administrativos, a professora destaca a garantia de continuidade dos pagamentos dos passivos trabalhistas e negociações sindicais. Ainda fala sobre o fortalecimento do Programa Pedagogia Universitária para a formação docente em metodologias de ensino e uso de novas tecnologias.
Quer implantar a Política de Qualificação e Capacitação Permanente dos técnicos administrativos e garante o estudo de viabilidade para implantação do plano de carreira docente e, ainda, dos técnicos administrativos. Em relação ao Hospital Universitário, diz que vai agir para garantir a expansão do processo de gestão nas políticas públicas de saúde. A qualificação de pessoal está entre as propostas, por meio de investimento em qualificação e capacitação do pessoal; Ainda considera a implantação de um processo de gestão hospitalar. A ideia é, também, investir em melhorias nos setores de internação, bloco cirúrgico, unidade de tratamento intensivo e na modernização dos equipamentos.

Ana Cristina Cabral e Eleonel Moura

“Para que a Urcamp tenha futuro, uma coisa é certa: ela precisa encontrar um novo caminho, capaz de garantir a retomada da sua vocação para liderar um projeto de desenvolvimento social, econômico e humano para toda a região”, é com essa fala que os candidatos Ana Cristina Cabral e Eleonel Moura começam a justificar a oposição e a defender o que pensam para os próximos quatro anos, caso sejam escolhidos pela comunidade acadêmica como reitora e vice-reitor. “Os últimos anos foram de profundas provações para a comunidade acadêmica, submetida a todos os tipos de restrições e obstáculos para o bom cumprimento da missão educadora que motivou a criação da Urcamp”, fala Moura.
“O atraso continuado de salários talvez fosse a parte mais visível e cruel de toda uma infinidade de problemas, mas não era o único. Nem a relativa estabilidade salarial conquistada no último período significa a verdadeira superação de todas as dificuldades, pois o desafio para a nossa universidade voltar a crescer é muito maior. Na verdade, sem uma estratégia clara, que recupere a instituição em todos os sentidos, em especial a gestão acadêmica, essa conquista corre sério risco de ser perdida”, opina Ana Cristina. Para eles, a Urcamp carece, hoje, de um projeto de futuro, que garanta democracia, transparência, segurança, autonomia, participação de todos, desenvolvimento acadêmico, respeitos às leis e às normas da instituição, “entre outros princípios fundamentais para que uma instituição de ensino seja, efetivamente, respeitada como universidade”.
Moura pondera que manter os salários em dia “é uma obrigação, e não isenta nenhum dirigente do compromisso de gerir de forma verdadeiramente respeitosa, democrática e transparente  uma instituição de ensino que é de todos, não de quem administra”. Para os candidatos, um acerto não justifica ou anula muitos erros. “Infelizmente, eles se multiplicam durante o mandato da atual reitora da Urcamp”, argumenta.
Ana Cristina e Moura apresentam o que consideram como erros: “falta de eleições para diretores de centro e coordenadores de curso, professores demitidos ou com carga horária reduzida, apenas pela vontade da reitoria, desrespeito aos conselhos superiores, autoritarismo na relação com funcionários e professores, falta de diálogo com os estudantes, inexistência de um projeto estratégico para a universidade, entre tantos, que evidenciam que a forma como a Urcamp está sendo gerida está prestes a levá-la a uma nova crise, onde o próprio futuro da instituição pode vir a ser ameaçado”, alega Moura.
Os candidatos convocam os eleitores. “Os professores, funcionários e estudantes precisam superar o medo para darem um novo rumo à nossa universidade; a responsabilidade é de todos nós e não pode ser transferida a ninguém”, argumenta Moura. “Quem deseja uma Urcamp forte, democrática e transparente precisa ajudá-la agora, com a participação e com um voto consciente”, acrescenta Ana Cristina. “A Urcamp merece mais: mais diálogo, mais planejamento, democracia, transparência, mais futuro, mais respeito”, finaliza.

Perfis

Lia Quintana tem 53 anos. É natural de Porto Alegre. Formada em Engenharia Civil, é mestre na área. Atua na Urcamp desde 1991. Entre 2004 e 2008 atuou como diretora do Centro de Ciências Exatas e Ambientais. Ela está à frente da Urcamp desde 2010. Núbia Juliani atua na Urcamp há 30 anos. Dirige o Centro de Educação, Comunicação e Artes. 
Ana Cristina Cabral tem 46 anos. É psicóloga e pós-graduada em Psicopedagogia. Atua na Urcamp desde 1995, no campus de Sant'Ana do Livramento. É professora nos cursos de Direito, Administração, Ciências Contábeis, Letras e Ciências Biológicas.Em 2011, foi diretora do Ensino Médio da Urcamp do campus Sant'Ana do Livramento. Moura está na instituição desde 1992. Sua formação é em Matemática e atua como professor nos cursos de Administração, Agronomia, Farmácia e Ciências Contábeis. Ambos são conselheiros eleitos da Fundação Átila Taborda.

Fonte http://www.jornalfolhadosul.com.br/