12/09/2014

Busca da chama crioula relembra 1947



Amanhã, a partir das 15h, chega a Bagé a centelha da chama crioula, evento que, segundo o coordenador da 18ª Região do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Gilberto Bittencourt Silveira, valoriza a importância simbólica das origens do movimento no Rio Grande do Sul. “É muito importante para a celebração dos festejos farroupilhas, em que não comemoramos a guerra, mas, sim, o culto às tradições e a ideologia que se criou no passado e que define as características de um povo aguerrido como o gaúcho”, afirma Silveira.
As manifestações de evocação à chama crioula remontam ao ano de 1947, quando estudantes liderados João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes fundaram um Departamento de Tradições Gaúchas junto ao Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. No departamento, foi realizada a 1ª Ronda Crioula, que iniciou no dia 7 de setembro. Paixão Côrtes buscou, junto à Liga de Defesa Nacional, a autorização para retirar uma centelha do fogo simbólico da Pátria, no encerramento das comemorações pela Independência do Brasil, transportando-a até o Colégio Júlio de Castilhos. Chegando ao local, com a centelha acendeu um candeeiro, iniciando, assim, uma tradição para todas as entidades tradicionalistas do Estado. “A ronda da chama resgata muito das tradições passadas, das tropeadas quando o gaúcho ficava à beira do fogo de chão, conversando e tomando um chimarrão, por exemplo”.
Tradição que vai além dos festejos de setembro, como destaca Silveira. “Algumas pessoas cultuam esse simbolismo o ano todo, outros simpatizantes procuram, neste período, cultivar esses símbolos. O fato é que percebemos a cada ano o envolvimento maior dos jovens. E o Movimento Tradicionalista Gaúcho trabalha com esse objetivo de renovação, envolvendo a juventude para suceder os que já estão mais velhos nas entidades, mantendo, assim, a tradição que tem como papel estatutário a preservação das tradições antigas do homem do campo, dos patrões, da esposa, dos filhos, dos capatazes e peões”, ressalta o coordenador da 18ª Região do Movimento Tradicionalista Gaúcho.
No último dia 7, um grupo de 19 cavalarianos deixou o CTG 93 rumo ao município de Dom Pedrito para buscar a chama crioula.
Grupo dos oito estudantes que iniciaram os atos de festejos farroupilha

 
Cavalarianos reproduzem ação feita em Porto Alegre, na década de 40

Fonte http://www.jornalfolhadosul.com.br/