Primeiras cenas foram gravadas na Estância do Minuano em Aceguá
Com o total de 11 externas gravadas na região, o documentário sobre os 150 anos da Guerra do Paraguai, dirigido por Matheus Ruas, começou, ontem, as filmagens. Ao todo, devem participar mais de 500 figurantes bageenses na produção que será exibida no History Channel.
De acordo com o diretor, Bagé não poderia ficar de fora. “O município tem muita história para contar, pessoas cujos antigos familiares vivenciaram a história. Queremos questionar os papéis de cada país nesta Guerra e grande parte desse processo aconteceu nestes campos”, destaca. Ruas acrescenta que os caminhos de Dom Pedro II pelo Rio Grande do Sul, serão retraçados.
Nem mesmo o dia frio e chuvoso interrompeu o início das gravações, que tiveram como cenário os campos da Estância do Minuano, em Aceguá. Para a bageense produtora de arte do documentário, Adriana Gonçalves Ferreira, o momento que a cidade vive é muito promissor. “Nos últimos três anos, tivemos oportunidades que muitas outras cidades nunca tiveram. É bom poder ver que Bagé e região têm sido valorizadas por sua história e também pelas boas locações”, argumenta.
Adriana é responsável pela ambientação das cenas. “A responsabilidade do produtor de arte é mostrar a vivência do acampamento, no caso do documentário. O set de filmagem precisa estar muito fiel à época. Então, preparamos tudo, bandeiras, barracas e figurino. Tudo que é branco precisa passar por um processo de escurecimento para parecer com o usado na época”, observa.
Participa das gravações, o ator Jairo Mattos, que interpretará Dom Pedro II durante a Guerra do Paraguai. Mattos conta que ficou muito feliz quando foi convidado a participar do documentário. “Sou natural daqui (RS), do município de Alvorada, mas mesmo com 30 anos de carreira é difícil atuar no Estado. Então, aceitei na hora quando me convidaram para essa abordagem da história gosto da pesquisa, de ouvir todos os lados – ainda mais numa história como essa – é muito interessante”, completa.
Geração de Emprego
Nos 11 dias de gravações, a produção vai contar com 550 figurantes. Segundo Adriana, este tipo de atividade é uma maneira de incentivar a cultura. “A maioria dos figurantes vêm do teatro. É legal poder ver pessoas envolvidas neste processo de criação, é uma experiência muito boa”, evidencia.
Mattos fala que os canais fechados estão, cada vez mais, investindo em produções brasileiras. “Temos uma lei que obrigada os canais de TV fechada a terem parte dos programas produzidos no Brasil. Entretanto, isso com toda certeza, é muito bom para a população e para quem trabalha também. Com essas produções a oferta de emprego acaba sendo maior, mas também oportuniza a descoberta de novos talentos”, pontua.