29/04/2014

Grevistas coletam assinaturas pedindo impeachment do prefeito Dudu Colombo

A notícia de que municipários grevistas coletavam assinaturas para, após, solicitar o impeachment do prefeito Dudu Colombo gerou tensão no meio político. A ação, aliás, foi confirmada ontem pela manhã, quando os representantes dos servidores, Carim Saliba e Rubilar Barbosa, ocuparam tribuna democrática do legislativo.
Conforme Saliba, a medida teve início ainda no final de semana, mais precisamente na noite de sexta-feira passada. “Já passamos de mil assinaturas e tenho certeza de que este número vai aumentar”, relatou. O servidor argumentou que um dos motivos para a ação foi o entendimento, por parte da categoria, de que o Executivo estaria mantendo a visão de cortar o ponto dos funcionários paralisados.
Vale lembrar que, na semana passada, a justiça decidiu não conceder aos municipários grevistas abono de faltas referente ao período de mobilização. Saliba disse que foi uma resposta a uma ação cautelar que teve como autores o Sindicato dos Municipários de Bagé (Simba) e o Sindicato dos Professores e Funcionários dos Estabelecimentos de Educação Municipal de Bagé – assim como publicado em matéria no dia 25 de abril, na FOLHA do SUL. “Contudo, o governo usou esta decisão como um trunfo, como se fosse uma vitória. Porém, a decisão da juíza não deu direito do Executivo cortar o nosso ponto”, frisou ao lembrar que, no âmbito nacional, o corte é visto como ilegal. “O próprio ministro Joaquim Barbosa já se posicionou sobre isto”, acrescentou.
O representante ainda rebateu as manifestações de que a greve teria conotação política. Avaliou que isto “até existe, mas na forma da política boa. Do povo para o poder, e não como vem ocorrendo por parte do Executivo”.
Mais exaltado, Rubilar Barbosa garantiu que se no pagamento da folha – previsto para amanhã – houver o corte, “vamos na Assistência Social pedir sacolão para sobreviver”. Ainda, aproveitou para cobrar os vereadores presentes. “Se reunirmos material suficiente para a cassação do prefeito, quero que todos aqui votem a favor. Estamos, desta maneira, não cobrando apenas um salário digno, mas a moralidade deste governo”, salientou. Também comentou que, na quarta-feira, dois sindicatos estarão na cidade para auxiliar a categoria nos tramites legais. E disse: “vamos pegar pesado, juridicamente, com este governo. Vamos ir de bairro em bairro, de casa em casa, para mostrar para as pessoas a realidade que estamos vivendo e pedir a cassação”.

Coleta
Os municipários concentram, no momento, a coleta de assinaturas junto ao acampamento montado na Praça Silveira Martins (do Coreto), funcionando 24 horas ao dia. A intenção também é estender o processo para os demais cantos da cidade, através de visitas de casa em casa. Conforme o grupo, existe uma expectativa de que, pelo menos, 28 mil nomes sejam captados até a próxima semana.
Segundo Carim Saliba, o principal foco do movimento é reforçar a investigação de possíveis irregularidades junto ao Executivo. "Assim que obtivermos um número significativo de assinaturas vamos encaminhar aos órgãos competentes, como o Ministério Público", antecipou à coluna. Ele diz que a ação somente acontece pela demora na apresentação de uma proposta viável para acerto com a categoria por parte da prefeitura.