12/03/2014

Segurança - Bagé - Policial militar será afastado do serviço nas ruas após ser indiciado por agredir jovem

Levaram nove meses para que a Brigada Militar em Bagé conseguisse concluir o inquérito policial militar sobre um caso de lesão corporal de um servidor contra um jovem de 18 anos.
O fato aconteceu em maio de 2013, quando o rapaz teria debochado da guarnição, então foi levado para o módulo da BM na rótula das avenidas Santa Tecla e Presidente Vargas e apanhado algemado. O soldado Bruno Santana Costa foi indiciado por lesão corporal e injúria real, que é quando se bate em uma pessoa para humilhá-la e nem sempre causando lesão física. Ele irá responder perante a Justiça Militar e também passará por um Conselho de Disciplina composto por um capitão e dois tenentes, que emitirão um parecer se o acusado deve ser excluído da corporação ou não. Assim que o Conselho iniciar, Costa será afastado do serviço nas ruas e só poderá exercer funções administrativas.
Os soldados Márcio Vasques dos Santos e Antônio Márcio Alves de Almeida responderão por co-autoria nos mesmos crimes junto à Justiça Militar. Conforme o inquérito, ambos teriam sido omissos diante dos fatos que testemunharam. Eles não precisarão passar pelo Conselho de Disciplina, ou seja, não correm o risco de serem exonerados por este fato, apenas respondem em um procedimento administrativo. 
Ainda o sargento Sérgio Fabris foi indiciado pelo crime de prevaricação, que é quando um servidor público retarda o exercício de sua função para satisfazer um interesse ou sentimento pessoal. No caso, ele teria visto o momento em que o jovem limpava o sangue que estava no chão, devido à violência que sofreu, mas não impôs sua autoridade.
Os policiais não foram indiciados por tortura, que constava na denúncia. Conforme o entendimento do major Emílio Teixeira, comandante responsável pela conclusão do procedimento, este crime só existe quando alguém causa intenso sofrimento, ocasionando sequelas psicológicas graves. "Houve lesão, mas o próprio exame de corpo delito aponta que foram leves, não vejo se configurar tal crime", esclarece.