26/03/2014

OAB Bagé busca esclarecimentos sobre operação policial “A Grande Família”


A notícia de que advogados estariam envolvidos e investigados como consumidores de um grupo familiar acusado de tráfico mobilizou a Diretoria da OAB Bagé. O presidente Roberto Recht Jr. buscou, ontem, informações junto à Polícia Civil. Para o presidente, a notícia veiculada causou desconforto entre os advogados bajeenses. Na matéria consta que em operação da Defrec e Brigada Militar foram presos cinco acusados, no bairro Getulio Vargas, e segundo investigação, os principais clientes do grupo eram médicos, empresários e advogados.
Hecht Jr. liderou, ontem, uma reunião com o delegado de Polícia Civil, Cristiano Ritta, e o vice-presidente e coordenador da Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB, Marcelo Marinho. Os advogados interpretam que toda a classe foi atingida com a informação de que advogados estariam envolvidos no crime e, por isso, solicitaram brevidade no esclarecimento. Conforme informação do delegado, somente um advogado está sob investigação e poderá ser indiciado, dependendo das provas e fatos investigados pela Policia. O nome não foi divulgado para não atrapalhar o trabalho.
Instituição
O Presidente da OAB Bagé, ressalta a missão estatutária da entidade, que tem também entre seus atributos institucionais, a defesa da Constituição, da Ordem Jurídica do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos, da Justiça Social e ainda a correta aplicação das Leis. “Neste passo é importante que a classe não seja atingida por informação que cause dúvida na população ou desconforto entre os advogados”, argumenta o presidente. E completa: “Bagé tem 745 inscritos e um conselho atuante que fiscaliza o exercício profissional. Em caso de falta grave o advogado é processado, podendo ser punido, advertido, suspenso e até cassado”.
Ao defender o que considera um bom relacionamento entre as instituições, Hecht Jr. afirma: “a defesa da moralidade pública, das liberdades democráticas e da própria cidadania, depende da existência de instituições igualmente livres, independentes e cidadãs”. Por isso, acredita que poucas coisas interessam tanto aos delinquentes quanto o enfraquecimento daquelas instituições que combatem a delinquência. Ao justificar a iniciativa de identificar o profissional envolvido no caso, o presidente ressalta: “quando tais ataques nascem da vaidade, da falta de compreensão acerca das peculiaridades da democracia, ou pior, da vontade de criar polêmicas espetaculosas, muito mais se alegram aqueles que agem nos desvãos do Direito”. As investigações continuam, mas até o momento o advogado investigado não foi indiciado.