Uma hora antes do show do Guri de Uruguaiana, o Centro Cultural Auxiliadora já estava praticamente lotado a espera de Jair Kobe. Pela quarta vez na cidade o criador do ícone do Rio Grande do Sul, afirma que o Guri podia ser de Bagé, Dom Pedrito ou Algrete, e que ele é a mistura deste gaúcho da fronteira.
Quando questionado sobre a caracterização, Kobe garante que o orgulho dos gaúchos fez com que o personagem chegasse onde está. “O povo gaúcho tem um orgulho bárbaro da sua origem, das suas raízes”. E quanto maior o sucesso, maior a responsabilidade. “É preciso estar muito atualizado para que o espetáculo se mantenha original. A estrutura é praticamente a mesma, só acrescentamos novidades que vêm da internet e dos veículos de comunicação”, aponta.
E para o trabalho chegar onde chegou, Kobe destaca a equipe. “Estamos sempre agregando e ampliando pessoas na nossa equipe. No espetáculo passado, por exemplo, não tínhamos os bailarinos que nos acompanham em algumas coreografias. Nossos shows hoje, são para grande publico, fora os grandes eventos que temos sido cada vez mais solicitados”, garante.
Com mais de 20 shows mensais, o ator que dá vida ao Guri de Uruguaiana comenta que a comédia musical é o reflexo do próprio povo gaúcho. “Fico muito feliz com todo o reconhecimento. Iniciamos aos poucos, e a chegada do sucesso nos deixa muito satisfeitos. Porém, é preciso pensar na marca, e não no dinheiro, precisamos aproveitar esse foco para campanhas sociais”, avalia.
Em relação a apropriação do personagem, Kobe diz que hoje aparecem Guris de Uruguaiana altos, gordos, de olho azul. “É muito fácil a caracterização, e todo o gaúcho tem isso do orgulho. Nós utilizamos essa imagem que é de todos. Usamos os bordões que são comuns ao nosso dia a dia”, finaliza