16/03/2017

Sant’Ana do Livramento - Cursos da Unipampa estão entre as melhores graduações


Administração, Economia e Relações Internacionais ficaram entre os 27% mais bem avaliados do país

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou, semana passada, os Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2015. Na avaliação dos cursos de graduação da área de Ciências Sociais Aplicadas, os cursos de Administração, Ciências Econômicas e Relações Internacionais da Unipampa – campus Sant’Ana do Livramento – obtiveram conceito 4.

O índice utilizado varia de 1 (conceito mínimo) a 5 (conceito máximo) e apenas 27% dos cursos de graduação de todo o Brasil alcançaram índice superior a 3. Com o conceito obtido, a universidade alcança o terço superior das melhores graduações do país avaliadas pelo instituto e obtém mesma nota ou até superior ao de instituições de ensino tradicionais como a UFRGS, UFSM e UFSC.

Avaliações positivas

Os dados do Inep revelam qual é a avaliação dos cursos de graduação e as Instituições de Educação Superior (IES) brasileiros. São três os Indicadores de Qualidade da Educação Superior: Conceito Enade; Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC). Eles mantêm relação direta com o Ciclo Avaliativo do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e, portanto, são avaliados segundo as áreas vinculadas a um dos três ciclos.

Em 2015, foram avaliados os bacharelados nas áreas de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e áreas afins e os Eixos Tecnológicos em Gestão e Negócios, Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer, Produção Cultural e Design. Esse universo representou 26 áreas de avaliação, 8.121 cursos e 447.056 participantes. No resultado do ICG, a Unipampa obteve nota 4, sendo que apenas a UFRGS recebeu nota 5. Somado a isso, considerando apenas o Conceito Médio da Graduação (CMG), que avalia exclusivamente os índices obtidos pelos cursos, a universidade aparece como a quinta melhor do Estado.

Economia em primeiro lugar

O curso de Ciências Econômicas ficou em primeiro lugar no país entre as instituições públicas, de acordo com a nota do CPC. Entre os fatores avaliados pelo indicador de qualidade estão os resultados da avaliação de desempenho de estudantes, titulação e regime de trabalho do corpo docente, percepções dos estudantes sobre a organização didático-pedagógica, infraestrutura e oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional.

Para o professor e ex-coordenador substituto, João Garibaldi Almeida Viana, a notícia chegou, em um primeiro momento, de forma surpreendente. “Sabíamos que estávamos fazendo um bom trabalho nos últimos anos, mas não imaginávamos estar em primeiro lugar, porque não estamos nos grandes centros. Isso traz relevância para a cidade, para a Unipampa e o próprio campus”, ressaltou. A coordenadora atual, Débora Nayar Hoff, afirma que grande parte do trabalho feito até agora tem a ver com o histórico dos profissionais que estiveram envolvidos com o curso desde a sua criação. “É um curso novo e não esperávamos uma nota tão alta, dada a realidade de alta rotatividade dos professores e de um ajuste dos próprios discentes que, muitas vezes, começam Economia sem saber do que se trata e isso pode refletir em uma queda de desempenho inicial”, explicou.

Débora lembrou que, com a prova do Enem e a possibilidade de escolha de uma vaga no Ensino Superior no Brasil inteiro, as universidades melhor qualificadas tendem a atrair mais alunos e as mais periféricas começam com estudantes que não foram tão bem no processo de seleção. “Estamos no percurso da formação, dando a eles uma qualificação tão significativa que eles saem desta condição de talvez não responder tão bem no final e se posicionam como alunos que estão bem formados. A agregação de valor do curso para nós foi muito boa”, disse.

Segundo João Gabriel, o que mais lhe chamou a atenção foi a avaliação dos egressos, já que o conceito do curso pelo Enade ficou com nota máxima 5. “É um indicador super importante e significa que estamos conseguindo formá-los bem para aquilo que está sendo exigido na área como uma formação de qualidade e mostra o compromisso com a cidade. Ou seja, não é por estar fazendo o curso de Economia em Livramento que os qualifica menos dos que fazem em São Paulo, por exemplo”, destacou.

Reconhecimento

A coordenadora do curso de Administração, Kathiane Benedetti Corso, lembrou que a graduação, além de ser a primeira, é uma das que mais forma e tem saldo positivo dos egressos. “Temos um compromisso na formação desses discentes e ter esse reconhecimento vindo do MEC nos mostra que estamos sim formando bons profissionais, colocando bons administradores para atuar no mercado local, regional, nacional e porque não internacional”, ressaltou. Para ela, a boa avaliação é fruto de um corpo docente qualificado que conta com professores doutores e mestres que estão buscando sempre melhorias para o curso.

No entanto, Kathiane diz se preocupar com a questão da restrição orçamentária da universidade. “O quanto a escassez de recursos pode afetar e termos certa dificuldade de infraestrutura, pois é um dos requisitos que o MEC avalia. Ele está ditando novas regras, mas ele vai cobrar daqui para frente também”, destacou.

Para o coordenador do curso de Relações Internacionais, Flávio Augusto Lira Nascimento, a boa avaliação não surpreendeu. “Acho que é uma nota justa e queremos continuar melhorando, tendo como meta uma nota acima dessa”, afirmou. Flávio diz que isso demostra que não é preciso estudar em uma universidade central para ter uma ótima conceituação. “Temos universidades que pela tradição deveriam ter uma colocação melhor e estão com o conceito abaixo do nosso. Isso é resultado do trabalho que fazemos com os professores, os alunos em especial, que fazem parte do dia a dia do curso, e os técnicos-administrativos, pois, sem eles, não conseguiríamos”, frisou.

O coordenador destacou que o grande diferencial da graduação é a realidade internacional vivenciada no município. “Foi um projeto muito interessante fazer o curso onde se vive isso todo o dia. Muitos dos alunos que vêm para cá, além da universidade com um bom conceito, querem vivenciar cotidianamente o que aprendemos por teoria”, explicou.

Fonte: http://www.aplateia.com.br