15/04/2016

Assembleia em defesa da saúde encerra com criação de uma carta de socorro

Com o objetivo de promover um ato em defesa das santas casas e hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, ocorreu, ontem, no auditório Dante Barone, em Porto Alegre, uma reunião com representantes das instituições de saúde. Na oportunidade foi redigida uma carta de socorro, que será encaminhada a autoridades públicas. O evento contou com participação de mais de mil trabalhadores da saúde e gestores hospitalares dos 245 hospitais do RS. 

Presentes no encontro, representantes das santas casas de Bagé e Dom Pedrito, assim como do Hospital Universitário e da Colônia Nova (Aceguá), apresentaram a situação financeira de suas instituições. 

Conforme o administrador da Santa Casa de Caridade de Bagé, Márcio Mello, na atualidade, a instituição tem mais de R$ 2 milhões para receber do Estado. “Valor referente a janeiro, fevereiro e março. As demandas principais tratadas na reunião foram estabelecer um calendário de pagamento e reestabelecer o cofinanciamento”, relata.

Na carta, consta que dezenas de hospitais, no Estado, já entraram em colapso pela falta de repasses. Cerca de 18 mil trabalhadores estão recebendo salários atrasados; cinco mil funcionários saíram em férias e não receberam os benefícios até o momento; seis mil foram demitidos; 3,5 mil leitos foram fechados; mais de quatro milhões de procedimentos deixaram de ser realizados e 60% das instituições têm dívidas com os profissionais da Medicina. O endividamento total das casas de saúde do RS ultrapassa R$ 1,4 bilhão.

Os municípios gaúchos também estão sofrendo com atrasos nos repasses dos programas. Na referida carta, é dito que o Estado passou a ignorar e confrontar a realidade. “Distanciou-se, definitivamente, das necessidades da população. Extinguiu o cofinanciamento estadual, atrasa permanentemente repasses de recursos ordinários, promove parcelamento, não tem calendário de pagamentos. Ainda mantém, em filas virtuais, milhares de pessoas, que necessitam de acesso à especialidade e procedimentos”, aponta trecho da carta.

O documento encerra dizendo que: “para mudar este cenário somente com mobilização social e com vontade política para priorizar a saúde. A população está cada vez mais sob responsabilidade das santas casas e hospitais filantrópicos e seus funcionários, que, exauridos, estão adoecendo”.

Na assembleia, o principal pedido dos profissionais presentes foi por medidas emergenciais.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br