18/12/2015

Bagé - Mainardi garante que não concorre a prefeito em 2016

A possibilidade de que o deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) dispute a vaga para a Prefeitura de Bagé nas eleições de 2016 foi refutada pelo próprio parlamentar ontem, ao ser procurado pela coluna para comentar a respeito de uma declaração do prefeito Dudu Colombo, de que ele seria seu sucessor natural.

Em meio às suas agendas na Assembleia Legislativa, onde ocupa a função de líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, Mainardi reservou uma brecha do seu tempo para comentar sobre o pleito de 2016, bem como sua participação no processo eleitoral.

Motivos
E, de imediato, ao ser questionado sobre a declaração de Colombo, disse que se tratou de uma posição fora de contexto. “Faz um mês que informei a ele que não seria candidato, em uma conversa que tive, inclusive, com a participação do deputado federal Ronaldo Zulke, que é da corrente dele”, comentou. Na prática, Mainardi afirmou não ter entendido o motivo pela manifestação do atual chefe do Executivo.

Segundo o deputado, ele até teve, entre suas pretensões, a intenção de concorrer novamente à Prefeitura de Bagé e retomar a função que ocupou por dois mandatos, até 2008. “Há um ano estava disposto, mas, infelizmente, não havia espaço para mim. O candidato do Dudu era o Paulinho (Parera), isso era de conhecimento público. E o que é natural, até porque cabe ao prefeito trabalhar sua sucessão. Além disso, o grupo dele (Colombo) fez muitas filiações e, hoje, tem cerca de 70% do partido”, argumentou ao justificar que, mesmo que quisesse, dificilmente seria escolhido para a disputa.

Mainardi também utilizou como um dos exemplos que definiram sua posição o pleito de 2014, quando ele concorreu ao cargo de deputado estadual. “Os filiados dele apoiaram outros candidatos, até mesmo lançaram o Lelinho (Lopes). Essa falta de apoio a minha candidatura fez com que minha votação reduzisse drasticamente em Bagé”, lembrou.

Tal cenário, segundo Mainardi, fez com que ele buscasse votos fora de Bagé. “E isso gerou novos compromissos, como os que eu tenho com os meus eleitores daí. Acontece que, agora, como líder da bancada do PT na Assembleia, que ocuparei até ano que vem, tenho uma tarefa muito grande. No próximo biênio, de 2017 a 2018, serei o vice-líder, o que manterá essa minha responsabilidade”, argumentou.

Atuação
Apesar da negativa em disputar a vaga que será aberta à prefeitura, já que Colombo completa seu segundo mandato consecutivo, Mainardi garante que apoiará o nome que a sigla decidir como o ideal para a corrida eleitoral. “Eu sou partidário”, ressaltou.

Questionado se indiciaria algum nome de sua preferência para o pleito, alegou que atuará sem interferir. “Quando eu era prefeito e buscava um substituto eu já fiz isso. Nós tivemos uma prévia com o Delvo (de Oliveira, o Dudu e a Estefania Damboriarena). Queria que ela fosse a candidata, mas, mesmo assim, ela não chegou no segundo turno. E eu fiquei neutro”, lembrou em referência ao período em que Colombo iniciou o processo que o levou a dois mandatos consecutivos como chefe do Executivo.

Apesar de tal posição, Mainardi salientou que espera que a atual gestão conquiste, no próximo pleito, um resultado similar ao alcançado em 2008. Ou seja, não apenas a manutenção da prefeitura, mas representatividade na Câmara. “Nós entregamos uma base com oito vereadores, sete do partido, de um total de 11. Esperamos que possam dar uma vitória robusta também”, frisou.

Futuro
Mesmo sem expressar oficialmente seus próximos passos, Mainardi deixou em evidência, na entrevista, que seu futuro está ligado a um desafio maior que a disputa para a Prefeitura de Bagé. Claro que ele até pode vir a ocorrer futuramente na Rainha da Fronteira, mas, no atual cenário, é fato que ele vem despontando como um dos possíveis nomes do PT para o governo do Estado, já em 2018.

Essa análise pode se visualizada de vários ângulos. Em uma avaliação inicial, é preciso destacar que a sigla já trabalha em uma espécie de renovação para os cargos mais altos do Rio Grande do Sul. Exemplo disso, é que Olívio Dutra e Tarso Genro já não figuram mais, neste momento, nesta lista. Com isto, aliado à atuação com visibilidade ampla que o deputado tem hoje, liderando a oposição ao governo de José Ivo Sartori, é quase óbvio dizer que Mainardi já está entre os preferidos.

Resta, contudo, outro nome de peso, como o prefeito de Canoas, Jairo Jorge. Este, porém, vem dando sinais não tão satisfatórios à legenda. Primeiro, por contrariar a bancada de deputados gaúchos e defender a elevação do ICMS, proposto pelo governo Sartori; segundo, por dar indício de que poderia deixar a sigla e, somente para se ficar em três motivos, por ter anunciado que vai apoiar a candidatura da atual vice-prefeita, de Partido Progressista, no pleito do ano que vem.

É cedo para se afirmar qualquer coisa, mas, talvez, a opção de Mainardi, agora, seja a mais adequada, para ele, no sentido de viabilizar uma candidatura futura ao governo do RS.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br/