12/08/2015

Professores do Estado aprovam indicativo de greve

Os professores da rede estadual decidiram por indicativo de greve, ontem, em assembleia regional na Câmara de Vereadores. A greve, porém, será votada no dia 18 de agosto, quando duas assembleias estão previstas: a geral dos docentes e a unificada, que deverá reunir 40 categorias de servidores do Estado. Cerca de 80 professores deliberaram pelo indicativo e, também, pela continuação do "horário tartaruga", como definiram - trata-se de um período reduzido de aulas até o dia 18 de agosto.

A professora Ana Lúcia Cabral falou sobre a adesão histórica da categoria ao dia de paralisação, justamente no primeiro dia letivo do segundo semestre (3 de agosto). "Praticamente 100% dos professores não deram aula: devemos permanecer mobilizados", destacou. A fala faz referência ao fato de que, ontem, o governo do Estado pagou a totalidade da folha de pagamento do mês de julho. O parcelamento dos salários foi o principal motivador da paralisação da categoria e dos períodos reduzidos.

A sindicalista defendeu que o pagamento ocorre em detrimento de investimentos na saúde e na segurança pública. "Ou seja, não respeita o professor, o funcionário público e a sociedade", argumentou. Além disso, lembra que "o parcelamento salarial é inadmissível" e que não é possível, hoje, prever o pagamento da folha no dia 31 de agosto. "Temos que dar uma resposta", ponderou.

O professor Gérson Yamin também defendeu a greve, ao argumentar que é necessária uma postura radical diante do que considera como desgoverno. "Precisamos mostrar que estamos dispostos a ir até o fim", enalteceu, ao ponderar que a desmobilização, agora, diante do pagamento da folha, é um erro. A presidente do Cpers Bagé, Rosane Leite Mathucheski, ponderou que o pagamento da folha, ontem, foi uma tentativa de desmobilizar as categorias. "Se tinha o dinheiro, por que não pagou?", questionou. Ela também salientou que os servidores estão à mercê de um novo parcelamento.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br