Sobre a greve, Administração diz que atendimentos ficam comprometidos
Nesta quarta-feira completam-se seis dias de greve dos funcionários da Santa Casa. Os trabalhadores reivindicam o pagamento dos salários atrasados e protestam contra a possibilidade de demissões sem o pagamento das verbas rescisórias, segundo declarações do presidente do Sindsaúde de Livramento, Sílvio Rodrigues.
Nesta terça, a reportagem do Jornal A Plateia conversou com o administrador do hospital, Adolfo Pereira, que disse lamentar que a greve tenha tomado outro sentido. “Nossos atendimentos são 56,8% do SUS e o restante de convênios particulares. Com esta greve ficamos sobrecarregados. Por exemplo, na UTI temos 10 leitos e apenas 03 funcionários cuidando da Ala. Consideramos que a greve tomou outros horizontes e se tornou injusta porque prejudica diretamente o atendimento da saúde”, disse.
No mês de junho, Adolfo disse que o número de faltas de trabalhadores com atestados foi de 167, período este antes da greve ser anunciada. “É complicado que num local onde a vida de pessoas está em risco; isso não pode acontecer com tanta frequência. As faltas prejudicam”, falou. Sobre uma das dificuldades cotadas pelo hospital está o pagamento de 650 mil reais mensais (valor este da folha de pagamento), segundo informou a administração. Na frente da Santa Casa, grupos de funcionários seguem paralisados em estado de greve e se revezando nos atendimentos dentro do hospital. A greve já dura seis dias e os trabalhadores seguem acampados, à espera de respostas.
Sobre a declaração do prefeito que disse: “No meu governo a Santa Casa não vai fechar”; Adolfo disse que nenhuma comunicação formal ainda foi passada para o hospital sobre como se daria essa ajuda de forças, mas acredita que todos tenham esse sentimento e estejam empenhados pela sobrevivência da Santa Casa.
Inauguração de 20 leitos do SUS
Esta notícia foi anunciada em meio à crise no repasse de verbas e recursos por parte do Governo do Estado. Perguntado sobre em que condições o hospital estaria inaugurando a nova Ala do SUS para internação, o administrador Adolfo disse que isto foi fruto de uma verba de aproximadamente 180 mil reais que veio destinada para esta construção civil ainda no Governo de Tarso Genro. A inauguração acontece nesta quinta-feira, a partir das 15h.
Possibilidade de um novo fôlego
A esperança da Santa Casa vem com um anúncio da Federação dos Hospitais Filantrópicos e apoio do Banco do Estado sobre a disponibilidade de 450 milhões para empréstimos a hospitais no Estado que estão vivendo esta crise. As Santas Casas poderão definir suas prioridades e estimar valores sobre a quantia desejada para o empréstimo. Os hospitais terão cerca de 96 meses para fazer o pagamento da quantia emprestada para cada um. Em Livramento, Adolfo disse que com certeza a prioridade eleita é a folha de pagamento dos trabalhadores que está em atraso.
Fonte: http://www.aplateia.com.br