Carências no atendimento da rede básica e a impossibilidade de contratar novos profissionais para preencher as lacunas existentes motivaram o Executivo de Bagé a iniciar um processo que culminará com a terceirização total dos serviços desenvolvidos junto à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Ontem, em conversa com a coluna, a secretária de Saúde, Daniele Campani, confirmou o andamento das adequações que, segundo ela, podem ser concluídas já no final deste mês.
Notícia surpreende
É bom frisar que a secretária foi procurada pela reportagem não para falar sobre a UPA, mas para comentar a respeito de uma declaração do vereador Esquerda Carneiro (PTB) que, na manhã ontem, da tribuna da Câmara, apresentou um relatório técnico desenvolvido pela Coordenadoria Regional de Saúde (7ª CRS) junto às Unidades Básicas (UBSs) de Bagé, apontando que nenhum dos postos do município conta com o número mínimo de agentes comunitários necessários.
De acordo com o petebista, o levantamento foi realizado entre março e abril, por meio de visitas às UBSs. “O relatório salientou, também, que, apesar dos agentes saberem, em média, quantas famílias estão sob acompanhamento, as UBSs de Bagé não mantêm o registro de hipertensos, diabéticos, crianças de baixo peso, para poder identificar o problema na origem”, comentou.
O problema maior da constatação, disse o vereador, é que, em função do Executivo ter ultrapassado o limite de gastos com pessoal determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a administração está impedida de fazer novas contratações. “E, mais uma vez, quem paga a conta é a população", reclamava ele.
Daniele, à coluna, confirmou que, de fato, o impeditivo de se efetivarem novas contratações compromete os atendimentos . “Estamos questionando o Tribunal de Contas, que apontou os prestadores de serviços da UPA como integrantes do quadro com pessoal. Se isso for alterado, teremos, por exemplo, limite para chamar agentes comunitários aprovados em concurso”, destacou.
Processo já iniciou
A secretária de Saúde, aliás, expôs que médicos, porteiros e serviços gerais da Unidade de Pronto-Atendimento já foram terceirizados, em um trâmite iniciado há pelo menos 10 dias. “Agora, vamos abranger os demais, como enfermeiros”, relatou.
Os trabalhadores da UPA, por sua vez, serão reaproveitados na rede municipal. “Esses profissionais passarão para os postos, abastecendo a atenção básica, que é a nossa responsabilidade”, apontou.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br