Após vereadores da bancada da oposição apresentarem questionamentos ao Plano Municipal de Educação – ainda não votado pela Câmara –, apontando que o mesmo possuía, em seu conteúdo, referências ao incentivo do debate à ideologia de gênero, a vereadora Janise Collares (PT) decidiu levar o tema para o plenário.
Para tanto, a petista protocolou, no início do mês, duas emendas ao projeto original, sugerindo a inclusão, nas diretrizes do plano, exatamente sobre o assunto. Na primeira, acrescenta “orientação sexual e de gênero” ao inciso que trata da promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Na segunda, cria nova normativa, com o seguinte texto: “combate ao racismo, ao sexismo, à misoginia e a todas as formas de preconceito”.
À coluna, a petista rebateu apontamentos de que a escola não deveria tratar de temas como a orientação sexual. “O plano não tinha nada quanto à ideologia de gênero, mesmo assim estão querendo retirar a palavra preconceito da parte que estimula a combater o preconceito. Como não vamos discutir isso na escola se o preconceito é uma das maiores causas do bullyng?”, indagou. Para a vereadora, o impasse gerado a motivou a trazer a pauta ao debate. “A escola não está isolada do mundo, isso acontece e precisamos debater. E nós, vereadores, não somos instituição religiosa para questionar isso, somos uma casa legislativa. Religião é de família, mas questões sociais precisam ser debatidas”, completou.
Para Janise, mesmo com o debate, ela acredita que suas emendas não terão êxito na tramitação, pela contrariedade existente em parte dos parlamentares. “Mas eu quero estabelecer essa discussão”, concluiu.
Tramitação
Vale lembrar que, mesmo tendo como prazo final para ser sancionado pelo Executivo em 24 de junho, o plano de Bagé ainda nem foi votado pelo Legislativo. Ontem, membros do Conselho Municipal de Educação, assim como alguns docentes da rede municipal, foram até a Câmara para solicitar agilidade na tramitação da pauta. A expectativa, para a data, era de que parlamentares apresentassem dúvidas quanto à matéria aos representantes do setor. Contudo, após a manifestação, ninguém demonstrou muito interesse em fazer questionamentos. Desse modo, o ato foi encerrado.
A tramitação, agora, depende de determinação da mesa diretora para ocorrer. A tendência é que sessões extraordinárias sejam convocadas.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br