Esta semana nas redes sociais o provedor da Santa Casa o médico Carlos Viera, se manifestou em seu perfil pessoal no facebook dizendo que a situação da Santa Casa se agrava pela falta de repasses e ainda mais com o anuncio de cortes em 30% anunciado pelo Governo do Estado. “Temos dificuldades de pagar a folha de pagamentos, temos dificuldade de pagar os fornecedores, isso é penúria”, atesta o médico. No universo de 350 funcionários, a maioria é de enfermagem e poucos são médicos: a maior parte deles são pagos como prestador de serviços autônomo.
O corte equivale a cerca de 180 mil reais que a santa Casa deixa de receber por mês. “Vamos ter reduzir cirurgias eletivas, quem sabe quanta coisa mais. Isso também vai reduzir o nosso aporte. Aquela estrutura que nós temos montada, fica desaproveitada”, lamenta o provedor. O primeiro reflexo da falta de repasses do Estado pode significar a não realização de 30 a 40 cirurgias eletivas/mês e as consequentes internações.
O hospital tenta compensar a falta de recursos do Estado com cirurgias oncológicas, que dariam um aporte extra nas finanças, mas é um sistema que ainda está em fase de tratativas, segundo o Provedor. ”Estávamos trabalhando com orçamento escasso, mas estávamos equilibrados. De repente nos faltaram R$ 1, 2 mi... para um hospital como a Santa Casa é muito dinheiro... esse dinheiro que está fazendo falta, muito coisa deixou de ser feita, ou paga”, explica.
O Estado deve seis meses de repasses, mais um valor de aproximadamente 450 mil reais de 2014. Em 15 dias as reduções podem se tornar uma realidade: “Estamos numa expectativa muito grande para saber o que vão nos pagar esse mês. E também vou agendar com a secretária Gabardo uma entrevista em Porto Alegre, porque nós temos coisas crucias em andamento”, projeta Viera.
A preocupação do provedor é quanto a adesão recente feita ao PROSUS, que é o perdão das dívidas federais, condicionado ao cumprimento de pagamentos regulares das obrigações com o Governo Federal pelos próximos 15 anos, sem atrasar nenhum mês. Também é preciso que uma parte dessas obrigações estejam em dia para que o BNDES libere créditos para a Santa Casa. Dinheiro que também é para pagar outro montante que a Santa Casa deve ao governo central.
Quanto a não adesão ao 100%, o provedor disse que é assunto passado e superado: “O que interessa é que é um hospital filantrópico que vai continuar filantrópico e nós estamos administrando da melhor forma possível, desde que não nos atrapalhe(risos). Desde que o governo não chegue de repente e nos corte...imagina se é hospital SUS, ...a TV tem mostrado hospital de referência de cardiologia no Rio de janeiro, não tem nem dinheiro pra pagar a limpeza, não sei se você viu isso, isso é um hospital 100%! Ser 100% SUS não quer dizer que esteja bem, que vai ficar bem...nós queremos um hospital filantrópico que atenda SUS e é isso que estamos fazendo”, discorre o Dr. Carlos.
Quanto à repercussão nas redes sociais, o provedor disse que é uma ferramenta que se mostrou rápida e eficaz em propagar a situação da Santa Casa: “Recebi várias manifestações solidárias...o que me deixou muito feliz é que as pessoas se preocupam com a Santa Casa”, diz Viera.
O Estado paga o hospital entre os dias 15 e 17 e conforme o tamanho do corte o provedor disse que deve voltar a se manifestar nas redes sociais novamente: ”Vamos pro facebook de novo. Vamos avisar as pessoas. Uma forma de avisar as pessoas que as coisa não vão indo bem”.
Fonte: http://www.aplateia.com.br