10/09/2014

Funcionários da UPA pedem para voltar ao trabalho

Secretária de Saúde afirma que irá respeitar decisão da coordenação da unidade

Decisão da administração da unidade de emergência será respeitada pela secretária
Decisão da administração da unidade de emergência será respeitada pela secretáriaCrédito: ANTÔNIO ROCHA
Após o comunicado de desligamento da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), os 14 funcionários da secretaria municipal de Saúde reuniram-se com a responsável pela pasta, Aura Stella Pereira (Teia), na tarde de ontem. Os servidores mostraram intenção de retomar o trabalho, com a carga horária imposta pelo município, mas a secretária afirma que isso só pode ser decidido em conjunto com a coordenação da UPA.
A movimentação dos funcionários iniciou no dia 1º deste mês. Como trabalham em serviço de urgência e emergência, o horário é diferenciado. As equipes que atuam durante a noite trabalhavam 12 e folgavam 48 horas. Contudo, desde que o decreto municipal nº 156 foi publicado, em 8 de agosto, gerou polêmica entre os trabalhadores.
De acordo com Teia, os técnicos em enfermagem foram concursados com carga horária prevista de 33 horas semanais e os enfermeiros, com 20 ou 40 horas semanais. Entretanto, com as escalas de plantão, esta carga não estava sendo respeitada. Como o município não possuía, até então, nenhuma regulamentação sobre os horários de plantão, a Procuradoria Jurídica elaborou o decreto. "Nós estamos com quatro serviços de saúde que funcionam 24 horas por dia, mas não tinha nenhuma regulamentação do horário dos servidores. A procuradoria só fez isso porque foi necessário", comenta a secretária.
De acordo com a responsável pela pasta, a mudança para 36 horas de descanso não foi surpresa para os servidores. Desde fevereiro o assunto já estava sendo comentado, inclusive em reuniões, com os profissionais. A orientação para mudança veio através da Procuradoria Jurídica, controle interno e secretaria municipal de Administração, já que a carga horária não estava sendo cumprida. Quando o decreto saiu, no início de agosto, Teia deu o prazo até o dia 1º de setembro para que os funcionários organizassem a escala. Mas não foi o que aconteceu.
Os 14 profissionais (nove técnicos em enfermagem, três do setor administrativo e dois enfermeiros), não acataram a nova escala do decreto e mantiveram o horário em que já vinham trabalhando, de 12 por 48 horas de folga. Quando chegavam lá, eram impossibilitados de trabalhar, já que os demais que cumpriam a nova escala, já estavam em seus postos.
"Ninguém foi impedido de trabalhar, mas simplesmente eles não estavam na escala. Não posso deixar que profissionais de emergência em saúde escolham o próprio horário. Imagina se cada um resolvesse fazer sua própria escala?", questiona.
Agora, mais de uma semana após a mudança dos horários, os 14 funcionários receberam a notificação solicitando que se apresentassem ao setor de recursos humanos da secretaria. A intenção da secretária era realocar todos em outros setores da prefeitura. Mas com o pedido dos próprios de retornar ao serviço, a situação poderá ser normalizada. "Não posso passar por cima da coordenação técnica da UPA. Precisamos decidir o que vai ser feito em conjunto. Os funcionários querem voltar para cumprir a nova escala, mas vamos ver o que vai ser decidido pela administração da unidade", enfatiza.
Um encontro entre Teia e os administradores da UPA deve acontecer hoje com a finalidade de resolver a questão.

Fonte http://www.jornalminuano.com.br/