25/03/2014

Grevistas afirmam que adesão de motoristas foi espontânea

Servidores lotaram Câmara durante sessão de ontem

Justiça determinou que impedimentos a serviços estão proibidos

Os municipários foram surpreendidos por uma decisão judicial, que determina aos grevistas a abstenção de qualquer forma de impedimento ou paralisação forçada do serviço público. A decisão, por meio de liminar, foi consequência de uma ação declaratória de abusividade de greve. A Procuradoria do Município ingressou com tal ação devido ao piquete formado em frente à Central de Veículos Escolares. Isso, na última sexta-feira, quando nenhum motorista deixou o espaço para transportar estudantes da rede municipal e estadual de ensino, inclusive naquelas instituições de ensino localizadas na zona rural. A decisão, contudo, não desmobilizou a categoria. Ontem, mais uma vez, cerca de 300 servidores grevistas acompanharam sessão na Câmara de Vereadores. Entretanto, lideranças do movimento afirmam que adesão, na sexta-feira, foi espontânea.
Conforme o servidor público Carim Saliba, o jurídico do sindicato vai recorrer, mas ponderou que a Justiça não considerou a greve ilegal. Quanto  a ação, na última sexta-feira, enfatiza: “não houve impedimento”. “Foi uma ação para difundir o movimento, que é ordeiro. Ninguém foi impedido de entrar ou sair. Os motoristas aderiram de forma espontânea”, argumenta. Além disso, lembrou que o piquete foi formado naquela ocasião, porque ocorria a votação para derrubada do vento do prefeito Dudu a emenda que trata do reescalonamento dos níveis. “A prova de que a adesão foi espontânea foi o fato dos motoristas terem acompanhado a votação, na Câmara de Vereadores, após o expediente”, pondera. Vale lembrar que a liminar afirma que não serão permitidos impedimentos aos serviços, sob pena diária de multa no valor de R$ 2 mil, aos sindicatos.
A presidente do Sindicato dos Municipários de Bagé, Mariley Corrêa, também diz que, conforme os colegas, a adesão foi espontânea. Ações semelhantes a essa não deverão acontecer. “Não queremos tumultuar, essa é uma greve tranquila”, afirma. “Todo mundo têm o direito de aderir ou não a essa que é uma greve que luta pelo piso, pelo reescalonamento de níveis ou, ao menos, por uma conversa”, alega. Um diálogo ainda não começou. “O município não nos procurou, apenas para prestar esclarecimentos sobre manifestações na imprensa. Só vamos quando a pauta for a greve. Nós queremos conversar. Não queremos uma greve eterna”, finaliza.