18/08/2015

Empresário conhecido em Bagé é condenado na Lava Jato

O empresário Júlio Camargo, conhecido em Bagé por ser proprietário do Haras Old Friends, foi condenado, ontem, pela Justiça Federal do Paraná, por envolvimento em uma das investigações da Operação Lava Jato, que apura o pagamento de propinas em contratos negociados por empresas com a Petrobras.

Na decisão, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou Camargo a 14 anos de reclusão. O réu, contudo, foi beneficiado pela colaboração prestada à Lava Jato, em delação premiada, e teve sua pena reduzida para cinco anos em regime aberto.

O empresário, agora, terá de cumprir a prestação mensal de trinta horas de serviços comunitários a entidade pública ou assistencial, apresentação bimestral de relatórios de atividades, comunicação e justificação ao juízo de qualquer viagem internacional nesse período, assim como a devolução de dinheiro à Justiça.

Moro, ao comunicar sua decisão condenatória ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, também condenou o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o lobista Fernando Soares por corrupção envolvendo a Petrobras na contratação de um navio-sonda para perfuração de óleo em águas profundas. As penas são por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um contrato obtido pela empresa coreana Samsung mediante pagamento de propina de US$ 15 milhões. O valor teria sido dividido entre Cerveró, Baiano e Camargo, este último o intermediário da Samsung.

Cerveró foi condenado a 12 anos e três meses de reclusão. Baiano, a 16 anos e um mês de reclusão.

Neste caso, Camargo acusou o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB) de cobrar uma propina de cinco milhões de dólares. O peemedebista, porém, não configurou como réu nesta acusação por possuir foro privilegiado. Ele, contudo, será investigado pela Procuradoria-Geral da República.

Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br