Mais de 100 professores e estudantes da rede estadual de ensino caminharam, na manhã de ontem, em manifestação em defesa da educação. A presidente do 17º Núcleo do Cpers, Rosane Mathucheski, explicou que o ato público buscou mostrar ao governo do Estado que "a categoria está ao lado dos grevistas". A sindicalista explica que os colegas que não aderiram à greve se sensibilizaram diante dos "contracheques zerados" daqueles que estão parados e, por isso, apoiaram o movimento. Pelo menos uma dezena de alunos participou da caminhada pela avenida Sete de Setembro.
Rosane garante que 40% dos professores estão paralisados no Estado, ainda que admita que, em Bagé, não há nenhuma escola 100% parada. Porém, comentou que, ontem, as instituições fechariam as portas. Aliás, isso também deve ocorrer hoje. A reportagem verificou duas das maiores escolas do Estado, Carlos Kluwe e Silveira Martins. Na primeira, houve adesão total (haverá aula no sábado) e, na outra, as aulas ocorreram normalmente.
É importante destacar que a sindicalista afirma que há expectativa por maior adesão após o ato público. "Diante de um governo que não negocia, não cede a nenhuma reivindicação e que não está aberto ao diálogo", pondera.
Também foi a oportunidade de lembrar a comunidade que o movimento persiste há quase 40 dias. "Mostrar que temos força e que estamos mobilizados", argumentou Rosane. Ela comentou que a comunidade escolar apoia a luta dos docentes; lembrou, inclusive, da ocupação de escolas. Trata-se, assim, de uma reação "a um governo que não consegue reagir a crise econômica e desconta na classe trabalhadora". O professor Jackson Kamphorst comentou que trata-se de "um ato de rebeldia contra o autoritarismo, a antidemocracia e ao sucateamento do serviço público".
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br