Desde domingo, moradores do bairro Damé estão ocupando, de forma irregular, terrenos próximos àquela localidade. Em organização informal, as famílias estão limitando espaços de 10mx20m e 20mx30m, alegando que o local não é utilizado para nenhum fim. Os barracos estão sendo construídos na rua 93, esquina com rua Jorge Mansur.
Conforme o pedreiro Claudionor Miranda Simões, que não está demarcando terreno, mas apoia e ajuda os moradores, o povo está desiludido com a política feita pelo governo municipal. “Este espaço seria um ginásio para a escola do bairro. Porém, o projeto nunca foi executado. Após, era um campo de futebol, que foi destruído e transferido tudo para o Militão. E, hoje em dia, é um terreno sem utilização”, comenta.
Simões ainda explica que a população decidiu demarcar o espaço para construir residências. “Serão aproximadamente 25 lotes. As pessoas querem sair do aluguel e, com o tempo, ir melhorando as condições de moradia”, afirma.
O autônomo John Lennon Simões enfatiza que ele e sua família, composta por cinco pessoas, vivem de favor em uma residência nos fundos da casa do seu sogro. “Quero um lugar para morar com minha esposa e filhos. Estou construindo um barraco de madeira. E, em breve, pretendemos nos acomodar aqui”, relata.
Gilda Farias, 47 anos, comenta que está desempregada. “Minha família é composta por nove pessoas, entre filhos, netos e genro. Moramos de aluguel. Soubemos que algumas pessoas estavam demarcando o local e viemos nos unir a eles. Cercamos dois lotes. Só minha filha e meu genro trabalham, e o dinheiro não dá para quase nada. Então, se sairmos do aluguel,sobrará mais dinheiro, inclusive para melhorar a alimentação”, salienta.
Ele comenta que a família já possui cadastro no programa Minha Casa,Minha Vida, mas nunca foi sorteada.
Scoplan
O coordenador de fiscalização de obras da Secretaria de Coordenação e Planejamento (Scoplan), Júlio Onias, explica que foram até o local oficializar um pedido de comparecimento na Secretaria Municipal de Habitação(SMH). “Lá irão fazer o cadastro no programa Minha Casa, Minha Vida, de quem ainda não tem. A área é do município. Legalmente eles não poderiam estar demarcando”, explica.
SMH
Conforme o secretário municipal de Habitação, Antônio João Orabe, os invasores foram identificados e notificados pelo setor de fiscalização da Scoplan. “Agora, vamos encaminhar para a Procuradoria Jurídica para realizar os trâmites legais. Será feita a reintegração de posse”, informa.
Orabe ainda garante que as famílias serão atendidas na SMH para realizar o cadastro no programa Minha, Casa Minha Vida. “Mas lá é área municipal. Eles estão ilegais e serão retirados”, concluí.
Fonte: http://www.jornalfolhadosul.com.br