29/09/2015

Santana do Livramento - 4ª Marcha Internacional Mundial das Mulheres acontece em Livramento

Na manhã desta segunda-feira (28), o dia começou movimentado em Sant’Ana do Livramento com a ação desenvolvida pelas mulheres feministas. A 4ª Marcha Internacional Mundial das Mulheres reuniu pessoas de diferentes cidades e Estados, com o intuito de lutar pelos direitos das mulheres que querem abortar, independemente das circunstâncias e previstas em lei ou não. A caminhada começou no Parque Internacional e percorreu a Rua dos Andradas e demais vias públicas do Centro. “Seguiremos em marcha até que sejamos livres” foi o lema adotado por quem se uniu ao grupo.

A organização
Ana Naiara Malavolta conta: “Somos um movimento organizado em 96 países e no Brasil, surgiu em 2000. Planejamos a cada cinco anos, uma atividade internacional e esta foi uma das ações brasileiras da 4ª marcha mundial das mulheres que se deslocaram de todo o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina para a Fronteira”, finaliza. Ainda conforme ela, “as clínicas clandestinas ainda são um mercado perverso, mas, ainda necessário, pois é a única forma que a mulher tem de fazer isso (o aborto) sem colocar a sua vida em risco diretamente em suas mãos”, destaca.

Cláudia Prates destaca: “Vem desde 2000, nossa luta e neste ano, na quarta edição, escolhemos como temas: a luta da defesa pelos nossos territórios e nosso corpo, como nosso território. O que nós queremos não é a prática do aborto como uma forma conceptiva, mas, o direito da mulher decidir junto ao seu médico, ou SUS, seguir ou interromper a gravidez, com todo acompanhamento psicológico. São vários conflitos envolvidos. O que queremos discutir é o direito de todas as mulheres”, explica.

Cláudia ainda fala sobre os abusos sexuais que resultam em uma gravidez indesejada: “Isso é outra faceta triste, que as mulheres sofrem todos os dias. Temos uma lei limitada. Se as mulheres têm risco de vida, podem recorrer ao aborto legal e, ainda assim, as mulheres são obrigadas a prosseguir. Querem inclusive tirar o direito das mulheres a fazer o aborto legal. Avançar na autonomia do nosso corpo”, constata.

Depoimentos
A primeira dama, Varínia Lado constata: “Acredito que o movimento como este é para chamar a atenção sobre o aborto. Colocar em pauta e discutir sobre esse tema, que mesmo no século XXI, acaba sendo tabu na nossa cidade”.

O Movimento Negro também se somou. Paulo Soares, de Porto Alegre, confirma: “Esse evento tem muito mais que importância. É o empoderamento e a política das mulheres que buscamos dentro desse movimento, juntando mulheres de todos os lugares”.

Amanda Pedroso e Lucélia Rodrigues declararam: “Mesmo não sendo hetero, a luta do aborto é de todas as mulheres, independente da sexualidade. Temos que estar junto das companheiras, porque quando for a nossa vez, as queremos ao nosso lado. Isso nos motiva a participar das marchas, sempre que podemos. Queremos ajudar elas na luta, pois a luta é de todos”.

Fonte: http://www.aplateia.com.br