25/09/2014

Pedreira é transformada em reservatório hídrico alternativo para situações de escassez

Bagé tem sido castigada por estiagens frequentemente.

Reserva com 400 milhões de litros tem capacidade de abastecimento para a cidade por 12h, durante três meses

Crédito: ANTÔNIO ROCHA
A barragem da Arvorezinha era uma esperança de alívio para esse problema, mas seu embargo trouxe receio aos bajeenses, que temem uma escassez de água tão forte quanto a de 1989 ou a de 2005, que ocasionou um racionamento de quase dois anos. Para contornar esse problema, o Departamento de Água e Esgotos de Bagé (Daeb) vem apostando em medidas alternativas, como a transformação da Pedreira em reservatório hídrico.
A alternativa surgiu em 2011, durante o último racionamento implantado em Bagé. Com escassez de água nas barragens do município, o diretor do Departamento, Antônio Kiwal Parera lançou mão da água da Pedreira, localizada aos fundos do IFSul.
A medida não era nova, mas foi polêmica. Muitos bajeenses se mostraram contrariados com o uso da água, pondo em dúvida a qualidade do recurso. Para eles, a água proveniente do lençol freático não era própria para consumo.
Mesmo assim, o Daeb manteve o uso. Após uma análise de qualidade da água, que comprovou sua condição, o departamento montou uma estrutura durante a estiagem, com filtro, rede elétrica, bombeamento, obra civil para tratamento da água e local para segurança 24h. Uma verdadeira "mini estação de tratamento".
Os equipamentos foram mantidos após o término do racionamento. Para preservar o manancial hídrico, manteve-se a estrutura de segurança 24 horas por dia. O valor mensal dos gastos com a estrutura é de R$ 14 mil, incluindo a segurança, serviço de extrema necessidade, segundo o diretor. O objetivo da segurança, segundo Parera é evitar o uso para banhos e descarte de objetos, havendo riscos de vida e contaminação.
Conforme levantamento do Daeb há 400 milhões de litros de água prontos para serem utilizados em caso da necessidade de possível racionamento. Entretanto, o diretor da autarquia afirma que ela só será utilizada em caso de estiagem. Tanto que a motobomba, necessária para bombear a água para a rede, só será reinstalada caso haja necessidade.
De acordo com Parera, em caso de estiagem e racionamento, a Pedreira teria capacidade de suprir o abastecimento em um regime de 12 horas diárias, com vazão de recalque de 88 litros/segundo. Dessa forma, sua duração aproximada é de três meses.
O trabalho tem aval da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O órgão emitiu Licença de Operação, contendo condições e restrições para o uso. Entre os itens previstos no documento, estão: proibição de uso do fogo em qualquer tipo de vegetação; autorização prévia da secretaria para a retirada de qualquer árvore; implantação do sistema por profissionais experientes com acompanhamento de responsável técnico com equipamentos de segurança e evitar qualquer poluição e contaminação da água durante o processo de abastecimento.

Fonte http://www.jornalminuano.com.br/