A presidente do Cpers Sindicato, Rejane de Oliveira, esteve em Bagé, ontem, para mobilizar a categoria: visitou escolas para conversar sobre as principais demandas dos professores estaduais. Esteve no jornal FOLHA do SUL, quando apresentou denúncias ao Ipe Saúde e garantiu que o sindicato está mobilizado por um plano de saúde pública e de qualidade. É importante lembrar que na edição do dia 8 de abril, uma reportagem apresentou os principais problemas do Ipe Saúde, em Bagé, de acordo com representantes de categorias que utilizam o serviço de Saúde. Conforme Rejane, o Cpers formou um conselho para debater a situação financeira do Ipe Saúde e solicitou uma auditoria ao Tribunal de Contas.
Isso ocorreu e foi detectado a principal causa do déficit financeiro: o fato de que os três últimos governos do Estado não estariam repassando os valores para manter a qualidade do serviço. Os descontos aos trabalhadores, porém, não cessaram. Assim, o Cpers reivindica que a cada dois anos ocorra uma revisão atuarial – avaliação dos índices de contribuição do Estado e dos servidores. Desde 2006, tal avaliação não ocorre. “Pois se fosse feita seria detectado o não repasse”, pondera. Outra denúncia é quanto ao sucateamento de imóveis do Cpers e a utilização de espaços sem contratos. Também defendem uma investigação rigorosa quanto a postura dos médicos.
Um dos casos relatados pelo Cpers apresenta um profissional que, das 20h às 6h, teria atendido 193 pacientes. “Isso quer dizer que atendeu uma pessoa a cada três minutos”, conta. “Qual médico que faz isso”, questiona. Assim, para ela, há quem esteja faturando e lesando os trabalhadores. O Cpers montou um fórum para organizar uma campanha pelo Ipe público, mas de qualidade. “Não vamos permitir uma privatização”, assinala. Conforme a presidente, diariamente o Cpers recebe denúncias sobre a baixa qualidade do atendimento, falta de consultas e de leitos, não cobertura de diversos exames e procedimentos. Ainda, descredenciamento de médicos e de hospitais, falta de especialistas e de cobertura de anestesias.
Outra denúncia apontada é de que médicos obstetras estariam cobrando cerca de R$ 2 mil para a realização de partos. O sindicato defende a responsabilização do governo pelo déficit financeiro e pela falta de qualidade no serviço. A ideia é promover uma campanha para que isso, de fato, ocorra. A bandeira pela não privatização é decorrente do fato de que há rumores de que há interesse do setor privado. Os sindicalistas garantem, ainda, que não aceitarão reajustes de alíquotas de contribuição dos trabalhadores, que hoje é de 3,1%. A responsabilidade pela situação do Ipe, para a presidente, é dos governos e, assim, o trabalhador não deve pagar mais do que já está diante dos problemas apresentados.