Em jornada nacional, movimento ocupa terras e prédios públicos
Na tarde de ontem, o diretor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Hildo Maciel, adiantou na imprensa estadual que deverão ocorrer novas ocupações em propriedades localizadas nas regiões metropolitana e Fronteira-Oeste do Estado.
A declaração deixa o clima ainda mais tenso entre o movimento e os ruralistas, principalmente na região, onde as invasões e os conflitos de terra fazem parte da história.
Por telefone, na tarde de ontem, o presidente da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Rodrigo Móglia, disse que ainda não tinha conhecimento das declarações, mas foi enfático ao responder de que forma os ruralistas se preparam. "Este é um problema da polícia e quem tem que tratar é a polícia. O que esperamos é uma ação justa e que os órgãos competentes fiquem atentos e esses crimes não fiquem impunes, principalmente se estão sendo anunciados. Só nos resta acompanhar, como estamos fazendo", declarou.
O presidente disse, ainda, que os ruralistas enxergam nesses movimentos um cunho político-ideológico. Segundo ele, há mais de dois anos não acontecem invasões na região.
As cidades que sofrerão as próximas ocupações não foram anunciadas pelo movimento. Até ontem, cerca de 1,5 mil integrantes do MST estavam divididos em cinco acampamentos em Pelotas e Capão do Leão, no Sul do Estado; Catuípe, no Planalto Médio; Passo Fundo, no Norte; e Cruz Alta, no Alto Jacuí.
As ações do MST ocorrem dentro da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. Os sem terra exigem o cadastramento de novos acampados no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o assentamento de mil famílias até o fim deste ano e a retomada de convênio para concessão de habitação.