O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) terá mudanças nas centrais de regulação. Com base em uma portaria da Secretaria Estadual da Saúde, o protocolo de acionamento automático de ambulâncias, em casos de emergências ou urgências, atribui a função da regulação a um enfermeiro. O sistema, que abrange Bagé, vai agilizar o processo em situações específicas.
Os casos de parada cardiovascular respiratória (PCR), acidentes automobilísticos, quedas de moto, quedas de altura acima de cinco metros (adultos) ou dois metros (crianças), ferimentos por arma de fogo e arma branca terão um apoio técnico de profissional enfermeiro na sua operacionalização, em situações onde os médicos reguladores não estejam disponíveis para o atendimento do caso.
O protocolo não exclui a necessidade de todas as solicitações, através do telefone 192, serem repassadas ao médico regulador para orientação ao solicitante e equipes, mas visa à redução do tempo de resposta do atendimento mediante o disparo precoce de veículo de suporte básico ou avançado.
Sistemática
De acordo com a normativa, cabe ao médico regulador monitorar o deslocamento da equipe e receber o relato do caso após a chegada ao local da ocorrência, confirmando ou alterando a gravidade estimada inicialmente pelo enfermeiro. Após julgar cada caso, ainda caberá ao médico definir a resposta mais adequada, seja uma orientação à equipe de intervenção, os procedimentos necessários à condução do caso, o envio de outras equipes de atendimento ao local da ocorrência ou, ainda, o acionamento de múltiplos meios.
Justificativa
O governo do Estado entende que os serviços de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) apresentam alguns desafios a serem superados no atendimento, como a demanda superior à oferta de serviços, processos de trabalho fragmentados, conflitos e assimetrias de poder, exclusão dos usuários na porta de entrada, desrespeito aos direitos destes usuários, pouca articulação com o restante da rede de serviços. A mudança atende, ainda, a uma demanda pontual.
O protocolo destaca que o aumento crescente na procura por atendimentos, somada ao deficit de profissionais médicos reguladores, tem aumentado o tempo de espera dos usuários para acesso à regulação primária, onde deverão ter sua demanda avaliada e a ambulância disparada quando pertinente. “O acolhimento inicial de cada caso é realizado pelo telefonista auxiliar de regulação médica e permite inferir agravos de maior gravidade antes mesmo de encaminhar a solicitação ao médico”, pontua.
Aplicação
A Central de Regulação das Urgências instalada em Bagé abrange, também, os serviços em Candiota, Aceguá, Dom Pedrito e Lavras do Sul. De acordo com o coordenador administrativo e responsável técnico pelo Samu, Paulo Sérgio de Oliveira Garcia, três ambulâncias são utilizadas no município - uma avançada e duas de Unidades de Suporte Básico. Nas outras cidades, há apenas uma ambulância. “Todo o atendimento é regulado em Bagé”, informa. Garcia destaca que aguarda uma posição oficial do Estado a respeito dos novos procedimentos.