Plenário da Câmara aprovou requerimento pedindo afastamento de Kiwal Parera.
Decisão teve nove votos pelo encaminhamento do pedido contra sete
A pressão para que o prefeito Dudu Colombo exonere o diretor do Departamento de Água e Esgotos (Daeb), Kiwal Parera, ganhou mais um capítulo, ontem, na Câmara de Vereadores.
Isso porque o plenário do Legislativo votou e aprovou um requerimento protocolado pelo presidente da casa, Divaldo Lara (PTB), solicitando o afastamento imediato do representante da autarquia.
Lara, vale lembrar, já havia feito tal pedido na sessão de quinta-feira passada, quando elencou alguns motivos para que ocorresse a exoneração. Ontem, por sua vez, o requerimento apreciado enumerava um total de 29 justificativas – em oito páginas –, dentre as quais os desvios investigados pela Justiça junto à construção da barragem da Arvorezinha.
Conforme o petebista, a ideia de levar a proposta à votação buscou elevar a sua importância. “O plenário é soberano e, aprovando isso, estaremos demonstrando que se trata não apenas de uma vontade minha, mas de todo o Legislativo”, frisou ele antes da apreciação.
Votação
No plenário, a aprovação ou não do requerimento teve até mesmo um caráter especial, com os parlamentares votando nominalmente e, caso quisessem, poderiam declarar os motivos de sua decisão.
Pelo governo, a avaliação mais contundente foi de Janise Collares (PT). Ela demonstrou contrariedade à iniciativa. “Primeiro porque não concordo com a maioria dos termos, como improbidade administrativa. Não há julgamento sobre isso. Segundo porque seria uma intromissão de poderes; é uma decisão que compete ao Executivo. Além disso, há termos absurdos, como a má qualidade da água. Os próprios servidores já disseram que é de boa qualidade. Por fim, o prefeito já agendou um encontro com funcionários do Daeb para debater a atual situação”, elencou.
Apesar da ampla defesa, a oposição aprovou o requerimento, com nove votos contra sete. Antenor Teixeira (PP), que apoiou a medida, frisou que se tratava apenas de uma solicitação pela exoneração e, por isso, não representaria uma intromissão entre os poderes.
Servidores
Além dessa medida, o assunto ainda gerou novas manifestações de servidores do Daeb. Igor Leitão, que na sexta-feira passada apresentou, no gabinete do prefeito, um documento com 95 assinaturas de funcionários da autarquia solicitando o afastamento de Parera, ocupou a tribuna para comentar o fato.
Ele e outro colega do departamento, Hugo Pereira, apresentaram outro fato para que a exoneração se justificasse. Segundo ambos, uma licitação aberta pelo Daeb prevê a compra de pouco mais de 400 bueiros por mês. O que, de acordo com eles, não teria sentido. “Em todo ano passado compramos 100 e ainda sobraram”, disse Pereira.
A medida mencionada pelos servidores teria como meta a substituição de estruturas danificadas, por meio de uma parceria com a Secretaria de Atividades Urbanas, que executaria o serviço.
“A justificativa pela simples substituição não é suficiente, é preciso dizer onde serão utilizados. Estão colocando a carroça na frente dos bois”, comentou Pereira ao sugerir que tal ação, na verdade, seria caracterizada como um artificio pré-eleitoral dos envolvidos.
Barragem
Não bastasse o amplo embate de posições sobre o assunto, a sessão de ontem ainda aprovou, antes de seu encerramento, uma solicitação do líder do governo, Jandir Paim (PT), para convocação do procurador geral da prefeitura, Luiz Fernando Meira, para se manifestar sobre a barragem da Arvorezinha, no dia 2 de abril, próxima quinta-feira.
A oposição até tentou derrubar o pedido. Teixeira, por exemplo, argumentou que “as explicações por parte do Executivo já se esgotaram” e, assim, não haveria necessidade do ato.
Paim, por sua vez, alertou que seria uma oportunidade para serem apresentadas “atualizações”.
Neste ponto, o governo saiu vitorioso, com auxílio de alguns membros da oposição. A aprovação foi de 10 votos contra cinco.
Fonte:http://www.jornalfolhadosul.com.br/